RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, disse ontem que o Brasil só quebra "se o governo quiser". Durante palestra em Belo Horizonte, Figueiredo declarou que não vê risco de quebra do Brasil neste ano ou no próximo, tendo em vista os fundamentos da economia.
Citando como exemplo as reservas internacionais e a diminuição da dependência do investimento externo, Figueiredo disse que os fundamentos macroeconômicos são "muito bons". Segundo ele, falta apenas o mercado se dar conta disso.
"Vão quebrar a cara os analistas que prevêem o contrário. O país só quebra se o governo quiser, deliberadamente, fizer isso", disse.
Figueiredo falou por cerca de duas horas para diretores e convidados do Banco Mercantil do Brasil. Na palestra, citou vários fatores que, segundo ele, mostram que a economia já estaria recuperando a confiança do mercado nas duas últimas semanas.
Além da aparente tranquilidade nas contas externas, ele citou a queda do dólar, do risco-país, e a crescente procura por títulos da dívida brasileira. "Não consigo ver um país como esse quebrar."
Sem falar em números, Figueiredo afirmou acreditar em uma queda maior do dólar nas próximas semanas, já que o cenário trabalhado pelo mercado estaria ainda contaminado pela idéia de que o país estaria vulnerável. Em suas palavras, "a margem de recuperação é muito grande".


Texto Anterior: O vaivém das commodities
Próximo Texto: Energia: Contas de luz de consumidores da Manaus Energia sobem 21% hoje
Índice