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ALCA
Estudo vê barreira comercial em lei norte-americana contra o bioterrorismo
EUA querem alta de tarifa por preço
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Os EUA devem propor a adoção
de salvaguardas para alguns produtos no âmbito das negociações
da Alca (Área de Livre Comércio
das Américas). O mecanismo
possibilitaria um aumento imediato de tarifas de importação de
produtos que passassem por quedas de preço abruptas.
Segundo Ross Wilson, chefe da
missão negociadora dos EUA para a Alca, a proposta de salvaguardas visa impedir ""distorções
acentuadas" de preços.
Questionado se as salvaguardas
poderiam, ser aplicadas, por
exemplo, quando a moeda de um
país tem uma desvalorização
abrupta, incentivando as exportações, Wilson afirmou que a proposta ainda está em estudo e que
não poderia discutir detalhes.
Durante palestra sobre o futuro
da Alca no Inter-American Dialogue, ontem em Washington, Wilson voltou a explicitar que os
EUA não vão negociar com os outros 33 países envolvidos uma diminuição dos subsídios agrícolas
no país -como quer o Brasil.
"Não podemos discutir subsídios regionalmente, já que a Europa e o Japão são os outros grandes interessados no tema", disse.
Brasil e Estados Unidos voltam
à mesa de negociação na semana
que vem, em Washington, para
tentar superar as diferenças antes
da próxima reunião da Alca em
Miami, em novembro.
Bioterrorismo
As exportações brasileiras para
os EUA deverão enfrentar restrições ainda maiores a partir de dezembro, quando entrar em vigor
no país a nova Lei do Bioterrorismo. Estudo apresentado ontem
pela Embaixada do Brasil em
Washington diz que a lei poderá
""ter efeitos semelhantes aos de
uma barreira comercial".
A lei, que trará maior controle à
importação de alimentos em função de ameaças terroristas, se somará a um amplo espectro de tarifas elevadas, políticas antidumping, cotas e salvaguardas que impedem a entrada de produtos brasileiros nos EUA.
Segundo a Secex (Secretaria de
Comércio Exterior), 60% dos produtos de exportação do Brasil são
afetados por medidas restritivas
norte-americanas.
Levantamento realizado pelo
IIE (Institute of International
Economics) estima que o fim dessas barreiras representaria um aumento de US$ 6 bilhões ao ano
das exportações do Brasil para os
EUA em produtos como suco de
laranja, aço e açúcar.
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