ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

O Brasil vai "exportar" para os países do Mercosul o sistema de metas de inflação adotado pelo Banco Central. A Argentina será o primeiro a copiar a metodologia, que entra em vigor no país vizinho a partir de 2004. Paraguai e Uruguai também analisam formas de monitorar preços, apesar de ainda não terem decido quando vão implantar o sistema.
O assunto foi tema de reunião realizada ontem pelos presidentes dos Bancos Centrais dos países que integram o bloco, mais Bolívia e Chile -que já tem meta de inflação. "Esse é o ponto de partida para o processo de coordenação das políticas monetárias da região", afirmou o presidente do BC brasileiro, Henrique Meirelles.
Foi a segunda vez que os presidentes dos BCs se reuniram neste ano. O último encontro foi há dois meses e a intenção é realizar outro daqui a três meses. "A idéia é fazer intercâmbio de experiências e discutir o que é necessário para que os países da região tenham inflação baixa dentro da estrutura de câmbio flutuante", disse. Segundo Meirelles, cada país definiria a sua meta e, no futuro, poderiam pensar na unificação.
Durante o encontro, os presidentes dos BCs também discutiram formas de integração dos mercados financeiros e assinaram um acordo para combater lavagem de dinheiro.
Meirelles confirmou que a ata da última reunião do Copom sinaliza novos cortes na taxa de juros, mas não quis comentar sobre prazos. "A ata fez essa menção, mas não disse quando e se não disse foi por uma razão: porque não fazemos previsões sobre decisões futuras", disse.


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