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São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2003

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Governo diminui previsão de taxa real para 2004

RANIER BRAGON
SÍLVIA MUGNATTO

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo enviou ontem ao Congresso um novo cenário econômico para orientar a revisão do Orçamento de 2004 e reduziu para baixo a previsão de vários indicadores. A taxa de juros reais (acima da inflação) esperada para o próximo ano ficou em 8,25%.
Entre os indicadores citados estão a taxa básica de juros básica (Selic), os índices de inflação, a taxa de câmbio e o crescimento do número de trabalhadores com carteira assinada, o que pode representar queda na arrecadação prevista até agora.
Os novos números levarão a Comissão Mista do Orçamento que analisa a proposta a refazer a partir de segunda-feira todas as contas -a receita prevista para 2004 é de R$ 402 bilhões. O relator do Orçamento é o deputado Jorge Bittar (PT-RJ).
Em análise preliminar, os técnicos da comissão avaliaram, por exemplo, que haverá queda de R$ 1,5 bilhão na arrecadação prevista para a Previdência em decorrência da redução da previsão de crescimento do número de trabalhadores com carteira assinada.
O Orçamento enviado pelo governo apresentava a expectativa de que a massa salarial nominal (empregados com carteira) cresceria 12,83% em 2004. A revisão enviada ontem reduz o crescimento previsto para 11,09%.
Em contrapartida, os técnicos da comissão avaliam que a nova previsão dos juros em 2004 deve acrescentar cerca de R$ 300 milhões ao Orçamento.
O governo reviu a projeção da Selic, em 2004, de uma média de 15,17% para 15,05%. O Planalto trabalha agora com a possibilidade de a taxa chegar a 13,75% ao ano em dezembro de 2004 -hoje ela é de 19%.
Se isso acontecer, essa será a menor taxa desde o primeiro trimestre de 2001, quando foi de 15,25% ao ano. A taxa de juros real também seria uma das menores, de 8,25% ao ano. Nos últimos anos, essa taxa tem ficado acima de 10% ao ano.


Colaborou Ney Hayashi da Cruz, da Sucursal de Brasília


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