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INVESTIMENTO
Intenção é ter parceria em obras já em 2004
Governo tentará negociar aprovação de PPP ainda neste ano, diz Mantega
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo negociará com o
Congresso para aprovar ainda
neste ano o projeto que estabelece
o modelo de PPP (Parceria Público-Privado). As PPPs são a maior
aposta do governo para estimular
financiamento de projetos estratégicos de infra-estrutura.
A informação foi dada pelo ministro Guido Mantega (Planejamento), depois de se reunir com
representantes da Abdib (indústria de base e infra-estrutura),
Apeop (empreiteiros de obras públicas de São Paulo), ABCR (concessionários de rodovias) e CBIC
(indústria da construção).
""Não vejo de onde poderia surgir alguma objeção ao projeto.
Trabalharemos para aprová-lo
até o final do ano, para que se comece a implementar os primeiros
projetos em 2004", disse Mantega.
O ministro enumerou quatro
obras que seriam as prioridades
de parcerias público-privado: a
construção de uma nova alça de
acesso ao porto de Santos (SP), estimada em R$ 800 milhões; de outra alça de acesso, desta vez para o
porto de Sepetiba (RJ). Na lista
constam ainda o chamado anel
ferroviário de São Paulo (estimado em US$ 1 bilhão) e recuperação da BR-101 (entre Bahia e Rio
Grande do Norte) e da BR-163
(Corumbá-Santarém). Não por
acaso: são os portos e as duas rodovias essenciais para escoamento de produção -assim como o
ferroanel, se construído, desviaria
da capital paulista parte do tráfego de mercadorias. Pela previsão
do governo, as PPPs poderão
atrair investimentos de R$ 36 bilhões entre 2004 e 2007.
No texto que será enviado ao
Congresso estão previstos três
itens que contemplam garantias a
serem oferecidas a investidores:
1) criação de fundos para garantir os pagamentos previstos nos
contratos. Esses fundos serão formados com bens públicos, como
imóveis, ou ações de estatais.
2) prioridade aos pagamentos
das PPPs em relação às demais
obras que governo licite.
3) determinar que o pagamento
das obras seja feito diretamente
aos agentes financiadores, e não
mais às empresas.
O presidente da Abdib, José Augusto Marques, afirmou que a
questão dos marcos regulatórios
permanecerá como entrave nos
setores de energia, por este depender ""de políticas nacionais".
""Em outros, mesmo para obras
de saneamento básico, a própria
licitação funcionará como marco
regulatório", afirma o executivo.
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