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SALTO NO ESCURO
Decisão será tomada na segunda-feira
Para evitar apagão no Sul, Brasil pode comprar energia da Argentina
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
Dois anos após o racionamento
de energia elétrica, a região Sul
entrou em estado de alerta. O presidente do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Mário
Santos, afirma que o Brasil corre o
risco de ter de importar energia
da Argentina, entre outras medidas emergenciais, para evitar o racionamento no Sul (engloba os
Estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul).
A tarifa de energia cobrada pela
Argentina é bem mais alta do que
a contratada no Brasil. O preço da
energia na Argentina é de R$
46,60 por MWh, enquanto no
Brasil é de R$ 23. Ou seja, a compra de energia da Argentina poderá significar aumento de tarifa.
A decisão de importar energia
da Argentina, segundo Santos, será tomada na próxima segunda-feira, em reunião entre o ONS, a
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o Ministério de Minas e Energia.
Importação negada
Há duas semanas, o ONS já havia pedido autorização à Aneel
para importar energia da Argentina para evitar o risco de racionamento no Sul. O pedido foi negado. A Aneel alegou que essa compra geraria aumento na tarifa de
energia.
De acordo com a Aneel, antes de
qualquer decisão, era preciso esperar a proposta, que estava em
audiência pública, que determinaria o nível mínimo de segurança de armazenamento de energia
dos reservatórios do Sul para evitar o risco de racionamento.
Atualmente, o nível mínimo de
segurança está em 10% da capacidade total dos reservatórios do
Sul, e a proposta do ONS é aumentar esse nível para 15%.
Como a audiência pública se encerrou ontem, na próxima segunda-feira serão definidos os próximos passos a serem dados para
evitar o racionamento de energia
na região Sul.
Segundo Santos, o Sul vive uma
das piores estiagens. Desde o final
de setembro, a região Sudeste já
tem mandado 2.700 MW médios
para o Sul. Em alguns dias desta
semana o Sudeste chegou a mandar 3.000 MW para o Sul.
Nos últimos três meses, o nível
de afluência (volume de água que
entra no lago da hidrelétrica) nos
reservatórios foi muito baixo.
Em agosto, a afluência ficou
66% abaixo da média dos últimos
70 anos. Em setembro, a queda foi
de 70%, e em outubro, de cerca de
60%.
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