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São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2003

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SALTO NO ESCURO

Decisão será tomada na segunda-feira

Para evitar apagão no Sul, Brasil pode comprar energia da Argentina

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

Dois anos após o racionamento de energia elétrica, a região Sul entrou em estado de alerta. O presidente do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Mário Santos, afirma que o Brasil corre o risco de ter de importar energia da Argentina, entre outras medidas emergenciais, para evitar o racionamento no Sul (engloba os Estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul).
A tarifa de energia cobrada pela Argentina é bem mais alta do que a contratada no Brasil. O preço da energia na Argentina é de R$ 46,60 por MWh, enquanto no Brasil é de R$ 23. Ou seja, a compra de energia da Argentina poderá significar aumento de tarifa.
A decisão de importar energia da Argentina, segundo Santos, será tomada na próxima segunda-feira, em reunião entre o ONS, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o Ministério de Minas e Energia.

Importação negada
Há duas semanas, o ONS já havia pedido autorização à Aneel para importar energia da Argentina para evitar o risco de racionamento no Sul. O pedido foi negado. A Aneel alegou que essa compra geraria aumento na tarifa de energia.
De acordo com a Aneel, antes de qualquer decisão, era preciso esperar a proposta, que estava em audiência pública, que determinaria o nível mínimo de segurança de armazenamento de energia dos reservatórios do Sul para evitar o risco de racionamento. Atualmente, o nível mínimo de segurança está em 10% da capacidade total dos reservatórios do Sul, e a proposta do ONS é aumentar esse nível para 15%.
Como a audiência pública se encerrou ontem, na próxima segunda-feira serão definidos os próximos passos a serem dados para evitar o racionamento de energia na região Sul.
Segundo Santos, o Sul vive uma das piores estiagens. Desde o final de setembro, a região Sudeste já tem mandado 2.700 MW médios para o Sul. Em alguns dias desta semana o Sudeste chegou a mandar 3.000 MW para o Sul.
Nos últimos três meses, o nível de afluência (volume de água que entra no lago da hidrelétrica) nos reservatórios foi muito baixo.
Em agosto, a afluência ficou 66% abaixo da média dos últimos 70 anos. Em setembro, a queda foi de 70%, e em outubro, de cerca de 60%.


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