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São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2003

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Lojas querem cartão fora da operação de crédito popular

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Lojas e a Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) querem impedir que as empresas de cartões, controladas por bancos, continuem a intermediar as operações de venda de materiais de construção por meio da linha de financiamento do governo.
No mês passado o governo liberou, com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), R$ 200 milhões para uma linha de crédito que impulsionasse reformas em geral, na tentativa de incentivar a indústria da construção, que deve amargar, pelo terceiro ano consecutivo, queda nos negócios, segundo o Sinduscon.
Interessados em obter recursos a juros mais baixos que os de mercado podem abrir uma conta no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal e solicitar o financiamento. Com o cartão do banco nas mãos, é possível ir a uma das lojas credenciadas, fazer a compra e realizar o pagamento por meio do cartão de débito -com recursos da linha de crédito.
O problema, na avaliação das lojas, está aí. Cada vez que uma compra é fechada, o cliente usa o cartão de débito e a loja paga uma taxa de administração que varia de 0,9% a 3% sobre o valor da venda para a operadora, no caso, a Visanet ou a VisaElectron. Essas empresas foram criadas pela Visa e por bancos para ampliar as vendas com cartão de débito no país.
Além dessa taxa, a loja ainda paga, em média, R$ 75 pelo equipamento em que o cartão é passado. Esses custos já foram alvo de desentendimentos em 2002 entre lojas de varejo e empresas de cartão.
"Como é que o setor pode ser beneficiado se a cada venda ele precisa arcar com custos financeiros da operação?", diz Oiram Corrêa, economista da Fecomercio.
A entidade encaminhou um ofício ao Ministro do Trabalho solicitando uma revisão no sistema. "Poderíamos montar uma operação com a venda por meio de cheque, por exemplo, sem que encarecesse a operação para nós", diz.
A Visanet informa que a taxa de administração precisa ser cobrada pois ajuda a cobrir os custos de operação da empresa. Quanto ao preço pago pelo equipamento, ela esclarece que o valor cobre as operações com a máquina para todas as vendas das lojas, e não só para liberar recursos de linhas de crédito especiais.


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