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Lojas querem cartão fora da operação de crédito popular
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Lojas e a Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de
São Paulo) querem impedir que
as empresas de cartões, controladas por bancos, continuem a intermediar as operações de venda
de materiais de construção por
meio da linha de financiamento
do governo.
No mês passado o governo liberou, com recursos do FAT (Fundo
de Amparo ao Trabalhador), R$
200 milhões para uma linha de
crédito que impulsionasse reformas em geral, na tentativa de incentivar a indústria da construção, que deve amargar, pelo terceiro ano consecutivo, queda nos
negócios, segundo o Sinduscon.
Interessados em obter recursos
a juros mais baixos que os de mercado podem abrir uma conta no
Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal e solicitar o financiamento. Com o cartão do banco
nas mãos, é possível ir a uma das
lojas credenciadas, fazer a compra
e realizar o pagamento por meio
do cartão de débito -com recursos da linha de crédito.
O problema, na avaliação das
lojas, está aí. Cada vez que uma
compra é fechada, o cliente usa o
cartão de débito e a loja paga uma
taxa de administração que varia
de 0,9% a 3% sobre o valor da
venda para a operadora, no caso,
a Visanet ou a VisaElectron. Essas
empresas foram criadas pela Visa
e por bancos para ampliar as vendas com cartão de débito no país.
Além dessa taxa, a loja ainda paga, em média, R$ 75 pelo equipamento em que o cartão é passado.
Esses custos já foram alvo de desentendimentos em 2002 entre lojas de varejo e empresas de cartão.
"Como é que o setor pode ser
beneficiado se a cada venda ele
precisa arcar com custos financeiros da operação?", diz Oiram Corrêa, economista da Fecomercio.
A entidade encaminhou um ofício ao Ministro do Trabalho solicitando uma revisão no sistema.
"Poderíamos montar uma operação com a venda por meio de cheque, por exemplo, sem que encarecesse a operação para nós", diz.
A Visanet informa que a taxa de
administração precisa ser cobrada pois ajuda a cobrir os custos de
operação da empresa. Quanto ao
preço pago pelo equipamento, ela
esclarece que o valor cobre as operações com a máquina para todas
as vendas das lojas, e não só para
liberar recursos de linhas de crédito especiais.
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