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CONJUNTURA
Diretor do BC diz que, se vier, será pequeno
Governo já prevê crescimento em 99
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O governo já acredita que o desempenho da economia em 1999
será positivo. O diretor de Política Monetária do Banco Central,
Francisco Lopes, disse ontem
que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país será
"próximo a zero, positivo".
O PIB é a soma das riquezas
produzidas por um país no período de um ano. Lopes disse que
a previsão da maioria dos economistas de que o PIB brasileiro
cairá 1% em 99 é "extremamente
exagerada".
Ele admite que haverá "estagnação", que, no seu raciocínio, "é
o custo para manter a conquista
que é a estabilidade".
Lopes falou durante a seção especial do Fórum Nacional, promovida pelo Instituto Nacional
de Altos Estudos, que discutiu o
tema "A Crise Global e a Estratégia do Novo Governo", na sede
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
O diretor do BC e o ministro da
Fazenda, Pedro Malan, se concentraram na defesa das políticas
de juros e de câmbio do governo.
A economista Clarice Seibel,
representando a presidência da
Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo), disse
que os juros altos estão provocando um processo de depreciação das empresas e perguntou
ironicamente a Lopes: "Qual a
vantagem da depreciação do valor das empresas produtivas para
o processo de desenvolvimento
do país?"
Lopes disse, fazendo coro com
o ministro da Fazenda, que já saíra do local, que as taxas de juros
continuarão caindo. "Mas tem
que ser uma queda responsável",
acrescentou. Segundo ele, a continuidade da queda das taxas será
em sintonia com a melhoria da
conjuntura econômica global.
Lopes disse que a equipe econômica do governo está com
uma posição cada vez mais "fechada" em torno da necessidade
de manter as políticas de juros e
de câmbio.
"A panacéia da desvalorização
é um equívoco", disse o diretor
do BC a respeito do câmbio. Ele
citou o México e os países asiáticos que desvalorizaram suas
moedas como exemplos negativos desse tipo de iniciativa.
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