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Moeda forte não afasta risco de recessão na UE
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao cenário de alta da cotação do
euro, soma-se um desaquecimento das principais economias do
bloco, com a Alemanha à beira da
recessão. A previsão de crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto) para 2003 dos 12 países
que adotaram a moeda é de 1,8%.
No princípio de 2002, o BCE
(Banco Central Europeu) projetava 2,9%. A Alemanha é o país que
mais tem contribuído para a estagnação econômica do bloco.
A unificação alemã, que trouxe
um legado de desemprego na ex-Alemanha Oriental, está na raiz
dos problemas do país. Um aumento generalizado de salários,
de cerca de 30% no começo de
2002, ajudou a piorar a situação.
"Além de não de se refletir em expansão do consumo, a elevação
dos salários ainda causou a retração do número de postos de trabalho oferecidos", destaca Plöger.
Com crescimento próximo a zero, alguns analistas avaliam que,
se não implementar leis trabalhistas mais flexíveis e não conduzir
uma reforma previdenciária, a
economia vai fatalmente entrar
em recessão. Mas essas reformas
enfrentam dois obstáculos.
O primeiro, de ordem interna, é
a dificuldade de um governo de
viés socialista, como o do chanceler Gehard Shröder, de tomar medidas impopulares. O outro, de
ordem externa, é a pouca margem
de manobra dos países da UE que
são atrelados ao pacto de estabilidade, que impõe regras rígidas
para as economias.
Para Jean-Paul Betbeze, diretor
de estudos econômicos e financeiros do Crédit Lyonnais, em Paris, entretanto, antes de pensar
em implementar uma agenda de
reformas, seria necessário efetuar
um corte de 0,5% na taxa de juros
estipulada BCE e flexibilizar o
pacto de estabilidade no tocante à
limitação do déficit a 3% do PIB.
Para o economista, as medidas
dariam fôlego ao consumo interno e não acarretariam inflação.
A proposta, porém, não é consenso nas duas principais economias do bloco: a alemã e a francesa. O governo alemão planeja aumento de impostos e corte de despesas para se adequar às limitações do pacto. Já para o governo
francês, as propostas da Alemanha vão arrastar as demais economias da região para uma recessão.
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