|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Construção vê alta, mas não recupera as perdas
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O maior volume de investimentos na economia e as medidas que
facilitaram os financiamentos
imobiliários para a população de
baixa e média renda contribuíram
para o crescimento de 5,7% do
PIB da construção civil registrado
pelo IBGE no ano passado.
Apesar de ser o melhor resultado do setor nos últimos seis anos,
o crescimento de 2004 ainda é insuficiente para repor as perdas
acumuladas desde 2001 -calculadas em torno de 10%-, segundo análise de representantes do
Sinduscon-SP (sindicato da indústria de construção) e do Secovi-SP (sindicato da habitação).
Em 2001, a construção civil fechou o ano com queda de 2,6%.
Em 2002, o desempenho também
foi negativo em 1,87%, e, em 2003,
a retração foi de 5,2%, segundo
dados do IBGE. A previsão do setor para 2005 é crescer 4,5%.
"Os investimentos na economia
refletiram no desempenho do setor. A fórmula é simples. Mas foi
necessário o PIB da construção
crescer 5,7% em 2004 para conseguirmos a criação de 65 mil vagas.
Esperávamos fechar o ano com
100 mil empregos a mais", afirma
Eduardo Zaidan, vice-presidente
do Sinduscon-SP.
Pesquisa de nível de emprego
do setor, obtida com exclusividade pela Folha, mostra que o nível
de emprego da construção civil
cresceu 3% no ano passado em relação a 2003. Em dezembro, havia
1,286 milhão de trabalhadores na
construção brasileira. Os dados
são do Sinduscon-SP e da GVconsult, a partir de informações do
Ministério do Trabalho.
No segmento de edificações
-que concentra 63% do total de
mão-de-obra do mercado formal- foi constatado o pior desempenho na comparação com
2003 -o aumento registrado no
período foi de 1,4%, metade da
média nacional (3%).
Já o segmento de infra-estrutura
teve resultado um pouco melhor
(3%). As maiores taxas de crescimento vieram de setores que empregam menos -como preparação de terrenos e engenharia e arquitetura. A recuperação da construção ainda não chegou à maioria das empresas do setor -principalmente às do Estado de São
Paulo e da capital paulista, informa o Sinduscon. No Estado de
São Paulo, que responde por cerca de um terço dos empregos do
país, foi registrado crescimento
de 2,1% -12,3 mil vagas criadas.
"Em 2004 fomos surpreendidos
com o crescimento de 40% no número de unidades residenciais
vendidas na cidade de São Paulo.
Neste ano, estimamos crescimento de 20%", diz o presidente do
Secovi, Romeu Chap Chap.
Texto Anterior: Ritmo da produção deve diminuir em 2005 Próximo Texto: Comércio "esfria", porém não vê crise Índice
|