São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2005

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Construção vê alta, mas não recupera as perdas

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O maior volume de investimentos na economia e as medidas que facilitaram os financiamentos imobiliários para a população de baixa e média renda contribuíram para o crescimento de 5,7% do PIB da construção civil registrado pelo IBGE no ano passado.
Apesar de ser o melhor resultado do setor nos últimos seis anos, o crescimento de 2004 ainda é insuficiente para repor as perdas acumuladas desde 2001 -calculadas em torno de 10%-, segundo análise de representantes do Sinduscon-SP (sindicato da indústria de construção) e do Secovi-SP (sindicato da habitação).
Em 2001, a construção civil fechou o ano com queda de 2,6%. Em 2002, o desempenho também foi negativo em 1,87%, e, em 2003, a retração foi de 5,2%, segundo dados do IBGE. A previsão do setor para 2005 é crescer 4,5%.
"Os investimentos na economia refletiram no desempenho do setor. A fórmula é simples. Mas foi necessário o PIB da construção crescer 5,7% em 2004 para conseguirmos a criação de 65 mil vagas. Esperávamos fechar o ano com 100 mil empregos a mais", afirma Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP.
Pesquisa de nível de emprego do setor, obtida com exclusividade pela Folha, mostra que o nível de emprego da construção civil cresceu 3% no ano passado em relação a 2003. Em dezembro, havia 1,286 milhão de trabalhadores na construção brasileira. Os dados são do Sinduscon-SP e da GVconsult, a partir de informações do Ministério do Trabalho.
No segmento de edificações -que concentra 63% do total de mão-de-obra do mercado formal- foi constatado o pior desempenho na comparação com 2003 -o aumento registrado no período foi de 1,4%, metade da média nacional (3%).
Já o segmento de infra-estrutura teve resultado um pouco melhor (3%). As maiores taxas de crescimento vieram de setores que empregam menos -como preparação de terrenos e engenharia e arquitetura. A recuperação da construção ainda não chegou à maioria das empresas do setor -principalmente às do Estado de São Paulo e da capital paulista, informa o Sinduscon. No Estado de São Paulo, que responde por cerca de um terço dos empregos do país, foi registrado crescimento de 2,1% -12,3 mil vagas criadas.
"Em 2004 fomos surpreendidos com o crescimento de 40% no número de unidades residenciais vendidas na cidade de São Paulo. Neste ano, estimamos crescimento de 20%", diz o presidente do Secovi, Romeu Chap Chap.


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