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Para Sarney, restituir
é obrigação do Estado
RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília
O ex-presidente José Sarney,
hoje senador pelo PMDB do
Amapá, defendeu a devolução pela União do empréstimo compulsório recolhido sobre a venda de
veículos e combustíveis entre julho de 1986 e outubro de 88, durante seu governo.
"É uma obrigação do Estado
restituir. Todo empréstimo compulsório importa, necessariamente, numa contrapartida de devolução", afirmou Sarney. Segundo
ele, cabe ao governo definir os
mecanismos de devolução desse
dinheiro, "diante de sua sobra de
caixa e do seu Orçamento".
Segundo Sarney, a responsabilidade pela devolução é do Estado e
não de um determinado governo.
Mas ele não quis analisar o motivo pelo qual o dinheiro não foi devolvido no prazo de três anos
após o recolhimento, como determinava o decreto lei 2.288.
"Eu acho que o Estado protelou
muito. Quer dizer, os outros governos. Eu não quero examinar o
que houve, mas acho que é uma
obrigação do Estado (devolver)."
O ex-presidente afirmou que o
empréstimo compulsório era, naquele momento de congelamento
de preços (Plano Cruzado), "o
único mecanismo" de que o governo dispunha para fazer investimentos públicos e equilibrar seu
orçamento.
"O governo precisou (do empréstimo) porque, quando editamos o Plano Cruzado, evidentemente alguns setores foram extremamente beneficiados com o
congelamento e um desses setores foi o dos veículos. Nós, então,
estabelecemos o empréstimo
compulsório porque essa taxa iria
servir para investimentos públicos que teríamos de fazer para
equilibrarmos o Orçamento",
afirmou Sarney.
Sem especificar a aplicação dos
recursos oriundos do compulsório, o senador disse apenas que
eles foram empregados como recursos públicos.
O ex-presidente insistiu em que
o setor automobilístico foi "muito
beneficiado" e que os consumidores que tinham acesso a carros
"eram classes (sociais) com recursos" e, por isso, foram escolhidos
para pagar o compulsório.
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