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São Paulo, quarta-feira, 02 de abril de 2003

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ECONOMIA BOMBARDEADA

Índice de atividade cai ao menor nível desde novembro de 2001; construção civil recua 0,2%

Indústria norte-americana volta a encolher

DA REDAÇÃO

A guerra no Iraque atingiu em cheio a indústria norte-americana, que sofreu sua primeira contração em cinco meses. A brusca queda na demanda, mesmo antes do início do conflito, fez o índice que avalia as condições do setor cair ao mais baixo patamar desde novembro de 2001, quando os EUA ainda sentiam os efeitos dos atentados terroristas.
De acordo com o ISM (Instituto de Gerenciamento de Fornecimento, na sigla em inglês), o índice de atividade na indústria caiu para 46,2 pontos no mês passado, ante 50,5 pontos em fevereiro. O resultado ficou bem abaixo da expectativa dos analistas, que esperavam em torno de 48 pontos.
Pela metodologia do ISM, números abaixo de 50 pontos indicam contração na atividade, e acima, expansão. A indústria dos EUA, segundo o ISM, não apresentava contração desde novembro do ano passado.
O índice do mês passado é o mais baixo desde os 45,7 pontos registrados em novembro de 2001, quando o país, que já estava em recessão, tinha acabado de ser atingindo pelos ataques terroristas em Nova York e Washington, em 11 de setembro, que ampliaram a instabilidade econômica.
Entre o final de 2000 e o começo do ano passado, a indústria amargou 18 meses consecutivos de contração, voltando a crescer apenas em fevereiro. Ainda assim, a retomada do setor sempre foi bastante instável e sujeita a retrações.
"A guerra parece ter reduzindo a demanda em vários setores, como químicos, eletrônicos e equipamentos industriais", disse Norbert Ore, presidente da Comissão de Pesquisas Econômicas do ISM.
A indústria responde por cerca de um sexto do PIB (Produto Interno Bruto). Normalmente, o setor reflete antecipadamente as tendências econômicas, como na recessão de 2001, quando foi o primeiro a entrar em queda.
Os números do ISM se somam a vários outros indicadores que demonstram que houve uma nova freada na economia norte-americana. Na sexta-feira, será divulgada a taxa de desemprego, e a expectativa é que cresça o número de pessoas desocupadas.

Construção cede
Ainda ontem, um relatório do Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou que a construção civil recuou 0,2% em fevereiro. A queda nos gastos se deveu sobretudo a uma diminuição dos investimentos públicos em grandes obras.
O setor de construção tem se beneficiado, em larga medida, dos baixos juros dos financiamentos imobiliários, que estão nos menores níveis das últimas quatro décadas. Mas o investimento em obras públicas e privadas já começa a dar sinais de retração.

Bolsas
Após quatro dias de queda, as Bolsas dos EUA fecharam ontem em ligeira alta. As más notícias econômicas foram ofuscadas, em parte, pela diminuição do pessimismo em relação ao avanço militar no Iraque. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou com ganho de 0,97%. Já a Nasdaq registrou alta de 0,53%.


Com agências internacionais


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