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São Paulo, quarta-feira, 02 de abril de 2003

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IIF pede ação conjunta em defesa da economia

ALAN BEATTIE
DO "FINANCIAL TIMES", EM WASHINGTON

As principais autoridades econômicas do mundo deveriam prometer agora tomar medidas rápidas e coordenadas -por exemplo, um corte das taxas de juros- caso a economia mundial se debilite ainda mais, segundo o IIF (Instituto de Finanças Internacionais), organização privada que representa bancos, fundos de investimentos e companhias financeiras.
O alerta foi feito depois que diversos resultados negativos demonstraram que a confiança vinha enfraquecendo nas principais economias do mundo no período que precedeu a guerra no Iraque.
Fazendo seu alerta aos ministros antes da reunião do Fundo Monetário Internacional nesta semana, o IIF disse que a fragilidade da economia mundial tinha raízes muito mais profundas do que os efeitos transitórios da guerra.
"Seria pouco recomendável que os ministros viessem a Washington acreditando que, se a guerra terminar logo, acaba a necessidade de agir", disse Charles Dallara, diretor administrativo do IIF.
O Grupo dos 7 (G7) países ricos tem evitado, nos últimos tempos, a promessa de um plano coletivo para enfrentar a crise econômica, alegando que os bancos centrais e ministérios das Finanças deveriam se concentrar em suas próprias economias.
Mas o IIF diz que períodos desafiadores justificam medidas extraordinárias. "Há certo valor, ocasionalmente, no efeito de demonstração de ações coordenadas e cooperativas", disse Dallara.
O G7 deveria anunciar que está inclinado a um relaxamento monetário, uma posição reforçada por um compromisso conjunto de agir em caso de necessidade, e a uma administração flexível de política fiscal no curto prazo.
Pesquisas nos Estados Unidos, na zona do euro e no Reino Unido confirmaram que a confiança das empresas e dos consumidores foi seriamente prejudicada no período que antecedeu à guerra.
O IIF expressou satisfação ontem diante de informações de que os planos radicais do FMI para instituir um regime de falência para nações haviam sido bloqueados pelos Estados Unidos.
O IIF há muito se opunha à idéia, que criaria um mecanismo judicial de arbitragem entre os governos falidos e os seus credores.
O IIF admitiu algumas preocupações quanto à possibilidade de que as divisões diplomáticas entre os governos com relação à guerra no Iraque afetassem as reuniões do FMI e do Banco Mundial, mas afirmou esperar que os presidentes de bancos centrais e ministros das Finanças reconhecessem a necessidade de união na esfera econômica.
Temores semelhantes quanto a divisões políticas entre os EUA e países da zona do euro, expressos antes de uma recente reunião de dirigentes de bancos centrais e de ministros das Finanças do G7 em Paris, não se confirmaram. E o FMI e o Banco Mundial se mantiveram bem distantes do debate sobre a guerra no Iraque.


Tradução de Paulo Migliacci


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