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São Paulo, quarta-feira, 02 de abril de 2003

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Perdendo terreno
O Brasil encerra o primeiro trimestre com aumento nas vendas externas de café em relação a igual período do ano passado. O ritmo de vendas, no entanto, está diminuindo e o país começa a perder terreno para os concorrentes, principalmente os da América Central.

Custos maiores
Guilherme Braga, do Cecafé, diz que o Brasil está colocando no mercado externo vendas acertadas há quatro meses, quando os preços brasileiros estavam mais competitivos. Agora o Brasil está na entressafra e os países da América Central, na safra. Os preços deles são mais flexíveis, diz Braga.

Situação interna
O café do Brasil ficou mais caro devido à valorização do real e à redução na oferta devido à entressafra. Isso ocorre no momento em que o produto está em queda no mercado externo. Já no mercado interno o produto pode subir ainda mais se forem lançadas as opções a R$ 220 a saca, diz Braga.

Competitividade
Com opções a R$ 220, o café brasileiro ficaria ainda menos competitivo no mercado externo e só voltaria a competir com os principais concorrentes se houver elevação de pelo menos 20%, em dólar, no mercado internacional, diz Braga.

Os números
As exportações de março deverão atingir 2 milhões de sacas, volume próximo ao do mesmo mês de 2002. Nos últimos 12 meses, o acumulado deverá continuar acima de 29 milhões de sacas, nas contas do Cecafé.

Liderança anunciada
O Brasil deverá ser o maior exportador de carne bovina em breve. As previsões são do ex-secretário da Agricultura do Estado de São Paulo e atual secretário da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles. Os maiores exportadores atuais são Estados Unidos e Austrália.

Peso na balança
Em 2002, a contribuição da pecuária na balança comercial foi de US$ 3,5 bilhões. As exportações de carne renderam US$ 1,16 bilhão; a de couros, US$ 931 milhões; e a de calçados, US$ 1,4 bilhão.

Em alta
A mais recente pesquisa de preços agrícolas do Instituto de Economia Agrícola no Estado de São Paulo mostra alta de 3% em 30 dias. É a 11ª elevação mensal. No primeiro trimestre, a alta é de 5%, e em 12 meses atinge 41%, acima dos 32,5% registrados pelo IGP-M do período.

O que sobe
Nelson Martin, coordenador da pesquisa, destaca a alta de 100% do tomate em março. A escassez do produto, devido ao excesso de chuvas, é a principal causa da alta. Em 12 meses, a alta acumulada é de 143%. Feijão (21%), banana (34%) e cebola (19%) também foram destaques em março.

Safra de milho
A colheita de milho atinge 42%, diz Deives da Silva, da FNP. O atraso na safra de verão poderá elevar a oferta do produto em junho, quando chega também milho safrinha em algumas regiões.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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