São Paulo, quinta, 2 de abril de 1998

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Entenda o desvio do dinheiro

Da Reportagem Local

O mecanismo apontado para explicar a fraude no Noroeste surpreende pela simplicidade.
As operações envolviam transações em moeda estrangeira, feitas pela área internacional do conglomerado Noroeste, sob a responsabilidade do departamento de câmbio na matriz, em São Paulo, e da agência das Ilhas Cayman.
Os desvios eram ocultados nos chamados processos de conciliação (encontro das contas) das disponibilidades em moeda estrangeira mantidas pelo Noroeste com outros bancos no exterior.
Essa conciliação é feita automaticamente, a partir da entrada dos dados relativos aos movimentos contábeis e dos dados constantes nos extratos bancários da agência.
A cada processo de conciliação há sempre itens pendentes, de operações em que não ocorre a correspondência automática entre as movimentações. Nesses casos, é feita uma análise manual das pendências. Essas pendências, segundo os auditores, não costumavam apresentar valores significativos.
O departamento de câmbio usava extratos de uma data, conciliando os valores com lançamentos de outra data.
Para fechar o balanço de 1997, a Price fez um processo independente de conciliação. Comparou os registros contábeis do banco e os depósitos à vista da agência, conforme extrato bancário de 31 de dezembro de 1997. Identificou cerca de 145 pendências, 18 das quais totalizavam US$ 236,2 milhões, sem comprovantes. (FV)



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