|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Entenda o desvio do dinheiro
Da Reportagem Local
O mecanismo apontado para explicar a fraude no Noroeste surpreende pela simplicidade.
As operações envolviam transações em moeda estrangeira, feitas
pela área internacional do conglomerado Noroeste, sob a responsabilidade do departamento de câmbio na matriz, em São Paulo, e da
agência das Ilhas Cayman.
Os desvios eram ocultados nos
chamados processos de conciliação (encontro das contas) das disponibilidades em moeda estrangeira mantidas pelo Noroeste com
outros bancos no exterior.
Essa conciliação é feita automaticamente, a partir da entrada dos
dados relativos aos movimentos
contábeis e dos dados constantes
nos extratos bancários da agência.
A cada processo de conciliação
há sempre itens pendentes, de
operações em que não ocorre a
correspondência automática entre
as movimentações. Nesses casos, é
feita uma análise manual das pendências. Essas pendências, segundo os auditores, não costumavam
apresentar valores significativos.
O departamento de câmbio usava extratos de uma data, conciliando os valores com lançamentos de outra data.
Para fechar o balanço de 1997, a
Price fez um processo independente de conciliação. Comparou
os registros contábeis do banco e
os depósitos à vista da agência,
conforme extrato bancário de 31
de dezembro de 1997. Identificou
cerca de 145 pendências, 18 das
quais totalizavam US$ 236,2 milhões, sem comprovantes.
(FV)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|