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CASO NOROESTE
BC encaminhará notícia-crime
Desvio será
comunicado
a promotores
da Sucursal de Brasília
O Banco Central deve encaminhar nos próximos dias notícia-crime ao Ministério Público
contra ex-administradores do
Banco Noroeste por prática de crimes definidos na Lei do Colarinho
Branco (contra o sistema financeiro nacional).
Segundo a Folha apurou, também deve ser aberto um processo
administrativo para investigar as
contas do Noroeste e a responsabilidade de administradores ou
gestores na prática dos crimes.
Nesse último caso, confirmada a
participação nas irregularidades,
os responsáveis podem ser punidos com multa e até inabilitação
para atuar no sistema financeiro.
Documentos já recolhidos pelo
BC indicam a existência de crimes
como evasão de divisas, formação
de "caixa dois" (desvio de dinheiro para contabilidade paralela) e
divulgação de informação falsa ou
incompleta sobre o banco.
A penalidade para cada um desses crimes é reclusão de dois a seis
anos, mais pagamento de multa.
As penas são cumulativas e podem
chegar a 18 anos.
O grupo espanhol Santander
descobriu que faltavam US$ 242
milhões nas contas do Noroeste
quando finalizava a operação de
aquisição do banco brasileiro. Esse dinheiro desapareceu por meio
da agência do Noroeste nas Ilhas
Cayman, conhecido paraíso fiscal.
O rombo foi comunicado ao BC
que, a partir daí, impôs aos
ex-controladores do Noroeste a
reposição dos US$ 242 milhões em
dinheiro vivo. Além disso, foram
colocados à disposição do Santander mais US$ 120 milhões para cobrir futuras perdas.
Documentação
A Price Waterhouse, empresa
que auditava as contas do Noroeste, enviou ao BC o relatório que
aponta as irregularidades praticadas pela área internacional.
Uma das maiores empresas de
auditoria do mundo, a Price só
descobriu as fraudes recentemente, depois que o Santander pediu
maiores informações sobre as
operações feitas pela agência nas
Ilhas Cayman. As irregularidades
aconteciam desde 1995.
O BC não acredita que a responsabilidade pelo sumiço do dinheiro seja apenas do diretor da área
internacional do banco.
Como o BC não tem convênio
com as Ilhas Cayman para investigar subsidiárias de bancos brasileiros, o Santander poderá autorizar a abertura de suas contas ao
BC e também investigar o caso.
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