São Paulo, quinta, 2 de abril de 1998

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CÂMBIO
Volume de março é recorde
Entrada de recursos chega a US$ 11,95 bi

da Sucursal de Brasília

O ingresso de recursos externos pelo mercado de câmbio de taxas livres -em que se realizam as operações de comércio, investimentos, financiamentos e empréstimos- fechou o mês de março em US$ 11,950 bilhões, um recorde.
Esse valor é 3,2 vezes maior do que a entrada líquida nesse segmento em todo o mês de dezembro, quando já vigoravam as altas taxas de juros impostas pelo governo em outubro.
O valor acumulado neste ano chega a US$ 20,794 bilhões, superando a entrada de todo o ano passado, que ficou em US$ 17,663 bilhões, conforme dados do Banco Central.
Em fevereiro, entraram no país pelo mercado de taxas livres, também conhecido como comercial, US$ 6,280 bilhões. Antes disso, o ingresso mensal sempre ficou em patamar abaixo de US$ 4 milhões.
A entrada de dólares aumenta as reservas em moeda estrangeira do BC, que sofreram uma queda depois do auge da crise asiática. O lado ruim é que o BC é obrigado a comprar dólares por meio da venda de títulos. Com isso, aumentam a dívida pública, as despesas com juros e o déficit público.
Metas
As reservas internacionais devem fechar o mês de março em mais de US$ 65 bilhões, segundo a chefe do Departamento de Operações das Reservas Internacionais do BC, Maria do Socorro Carvalho.
A expectativa da equipe econômica é que o ingresso de moeda estrangeira tenha uma redução mais à frente devido às medidas adotadas pelo governo para dificultar a entrada de dólares.
O BC ampliou de um para dois anos o prazo médio para a contratação de empréstimos no exterior. Além disso, reduziu em 50% as aplicações de recursos captados no exterior por meio da resolução "63 caipira" -que regulamenta os ingressos destinados à agropecuária- em títulos com correção cambial.




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