São Paulo, terça-feira, 02 de maio de 2000


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TRANSPORTES
Nélio Botelho afirma que propostas do governo são velhas e que paralisação vai ser observada hoje
Líder caminhoneiro mantém a greve

Daniel Conzi/Agência RBS
Policial discute com manifestante que quebraram pára-brisa de caminhão durante protesto na cidade de Sombrio (SC)


AURÉLIO GIMENEZ
free-lance para a Folha

O presidente do MUBC (Movimento União Brasil Caminhoneiro), Nélio Botelho, afirmou ontem no Rio que 60% a 70% da categoria, ou cerca de 650 mil caminhoneiros, pararam a partir da 0h de ontem e que a greve continua hoje, apesar da proposta feita pelo ministro dos Transportes.
Botelho afirmou desconhecer qualquer reabertura de negociação com o governo federal. Ele disse que nos últimos dois dias não recebeu nenhum convite para ir a Brasília, a fim de negociar com o ministro Eliseu Padilha.
De acordo com o presidente do MUBC, as propostas apresentadas pelo governo não são novas e foram discutidas na semana passada, sem que houvesse acordo.
"Enquanto o ministro da Justiça esteve à frente das negociações chegamos bem próximo de um acordo. Porém, tudo voltou a estaca zero quando o ministro dos Transportes assumiu as discussões", disse o líder grevista.
De acordo com Nélio Botelho, a greve está mobilizando os caminhoneiros "estradeiros", que são entre 800 mil e 1 milhão, da frota de 1,6 milhão de caminhões existentes no país.
A ordem, segundo Botelho, é não bloquear as estradas. "É questão de honra o movimento ser pacífico e não bloquear nenhuma estrada. Amanhã (hoje) é que se verá o reflexo da greve, pois não haverá nenhum caminhão trafegando pelas rodovias", disse.
Ele assegurou que os motoristas compreenderam a necessidade do movimento, cumprindo a determinação de não trafegar. Segundo Botelho, o movimento não irá impedir o motorista que quiser circular.
Para o presidente do MUBC, o vale-pedágio proposto pelo governo federal não atende à categoria. Os caminhoneiros pagam de R$ 3 a R$ 4,80 por eixo. Eles querem a redução para R$ 1 por eixo ou uma outra solução que não onere a categoria.
Segundo Botelho, o governo federal será o responsável se houver desabastecimento nos grandes centros.
"O governo não cumpriu nenhum ponto das reivindicações. A greve vai durar o tempo que eles (o governo) acharem necessário", afirmou.
De acordo com o centro de operações da Polícia Rodoviária Federal no RJ, as estradas do Estado apresentaram ontem um movimento de caminhões equivalente a 30% do normal.
Os armazéns da Ceasa (Companhia Estadual de Abastecimento S.A.), em Irajá (zona norte), continuaram abertos em regime de plantão para receber mercadorias.
Muitos caminhoneiros descarregaram, mas a maioria afirmou que não iria aceitar novas cargas.


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