São Paulo, terça-feira, 02 de maio de 2000


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Entidades apóiam propostas do governo

da Sucursal de Brasília

Entidades que representam os transportadores de carga apoiaram as medidas propostas pelo governo federal para encerrar a greve dos caminhoneiros. Para as associações, a criação do vale-pedágio não deve implicar aumento de preços ao consumidor.
Na opinião de Alfredo Peres da Silva, diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores de Carga (ANTC), o custo do pedágio é muito pequeno em relação ao valor total das cargas transportadas. Assim, os donos da carga e embarcadores devem arcar com os custos sem repassá-los aos caminhoneiros nem aos consumidores.
"O custo do pedágio é muito diluído e o impacto no preço final é pequeno." Ele ressaltou que o número de rodovias com pedágio é muito pequeno e concentrado nas regiões Sul e Sudeste.
Destacou ainda que cerca de 50% da frota brasileira é composta por caminhões das próprias empresas donas da carga e são dirigidos por motoristas contratados. "Metade da frota já paga pedágio, e para essas cargas nada irá mudar." A ANTC estima que exista hoje no Brasil cerca de 1,2 milhão de caminhões em trânsito nas estradas.
Silva defende a criação de uma tabela de preços de frete, mas considera que ela deve ser um referencial -o preço deve continuar sendo regulado pelo mercado.
Outra entidade que reúne transportadores, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), tem opinião semelhante. O presidente da confederação, Clésio Andrade, também defende o vale-pedágio, mas receia que a medida reduza o valor do frete.
"Se houver redução no preço do frete, não pode passar de 1%." Ele considerou um avanço para o fim da greve a decisão do governo de endurecer o combate ao roubo de caminhões e a flexibilização na pesagem dos caminhões.
Andrade espera que essa negociação ocorra ainda hoje, para evitar que o movimento cresça e gere desabastecimento. Para ele, se não houver um acordo, mais de 50% dos caminhões devem deixar de circular a partir de hoje.
""Acredito que a paralisação não será tão grande quanto o Nélio Botelho pensa nem tão pequena quanto o governo quer." (OC)



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