São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

O peso do agronegócio
Mais uma vez o agronegócio fez a diferença na balança comercial. Nas últimas duas semanas de maio, as receitas com soja se recuperaram, as vendas externas de carne dispararam e até o trigo, que sempre foi o calcanhar-de-aquiles do país, registrou queda nos gastos com importações.

Os números 1
A soja iniciou maio com receitas médias diárias de US$ 44 milhões nas três primeiras semanas. Na quarta, subiu para US$ 73 milhões por dia e terminou o mês com US$ 125 milhões (no dia 31). As receitas do mês, ao somarem US$ 1,15 bilhão, superaram em 10,3% as do mesmo período de 2003.

Os números 2
Outro destaque foi o setor de carnes, que rendeu US$ 25 milhões por dia no mês passado. Esse valor superou em 77% o do mesmo mês de 2003. As receitas totais do mês passado subiram para US$ 521 milhões, com aumento de US$ 227 milhões sobre as de maio de 2003.

Os números 3
Se as exportações crescem, as importações diminuem no setor. Em maio, os gastos diários com trigo recuaram para US$ 4,9 milhões, 21% menos do que no mesmo período de 2003. Os dados da Secex indicam despesas totais de US$ 104 milhões com o produto.

Fertilizantes
Alta do dólar no mercado interno e elevação dos preços internacionais dos adubos e fertilizantes vão pesar no bolso dos produtores na preparação das lavouras para a safra 2004/5. A Secex indicou que os gastos com importações subiram 9% no mês passado.

Volátil
A soja registra o ano mais volátil das negociações em Bolsa. "Quem atua no setor precisa ter coração de ferro", diz o analista Fernando Muraro. Após várias baixas, a oleaginosa fechou ontem com limite de alta em Chicago. Iowa, o Estado que mais produz soja nos EUA, já declarou estado de calamidade em 65 dos 99 municípios devido a tempestades na região.

Plantio lento
O plantio da safra norte-americana, que estava avançado, perdeu ritmo na última semana devido ao excesso de chuvas. Iowa e Illinois, os dois maiores produtores, estão entre os mais prejudicados pelas chuvas, conforme relatório divulgado ontem pelo Usda.

Encerrado
Já o plantio de milho está encerrado. Foram destinados 32 milhões de hectares ao produto, segundo relata a AgRural.

Sobe-e-desce
O álcool brasileiro também registra grande volatilidade. Em março de 2003, o litro do hidratado estava a R$ 0,894 nas usinas. Em fevereiro deste ano, recuou para apenas R$ 0,319. Na sexta-feira, os preços já atingiam R$ 0,556 por litro, segundo o Cepea.

Sobe mais
Nas últimas cinco semanas, o álcool subiu 43% nas usinas, mas pode continuar em alta e chegar a R$ 0,65. "Qualquer preço abaixo desse valor não remunera a atividade", diz um representante do setor. O preço médio da safra 2003/4 recuou para R$ 0,491 por litro, bem abaixo do R$ 0,626 de 2002/3, acrescenta.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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