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DIAS DE TENSÃO
Medo de novos atentados no Oriente Médio fez preço do produto subir 6,14% ontem e quebrar novo recorde
Petróleo fecha acima de US$ 42 pela 1ª vez
DA REPORTAGEM LOCAL
O preço do barril do petróleo
subiu ontem 6,14% e fechou, em
Nova York, cotado a US$ 42,33, o
maior valor nominal em 21 anos
de negociação do produto. Desde
o início deste ano, o valor já subiu
cerca de US$ 10,00.
Depois de um final de semana
marcado por ataques terroristas
na Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo, a cotação do produto também disparou
em Londres. O Brent ficou em
US$ 39,08, com alta de 6,83%.
Há rumores de especulação de
"hedge funds" (fundo que aplica
em qualquer tipo de ativo) nessas
altas, mas o "fator medo" tem sido apontado como a principal
causa para a disparada da cotação. "O prêmio de segurança foi
reforçado", avaliou John Kilduff,
vice-presidente da consultoria Fimat USA. Analistas do setor estimam que esteja havendo um
acréscimo entre US$ 5 e US$ 9 no
preço do barril só por conta do temor de novos ataques em instalações produtoras de petróleo.
Recente nota atribuída ao grupo
terrorista Al Qaeda ameaça "atacar companhias americanas (...)
especializadas em roubar a riqueza dos muçulmanos".
"Parece que os ataques tiveram
infra-estrutura saudita", disse
Nauman Barakat, vice-presidente
da corretora americana Refco, a
respeito dos atentados.
Líderes do país, porém, afirmaram que a questão da segurança
está sob controle. A cidade saudita de Khobar, na qual aconteceram os ataques, não tem instalações de refino ou de produção de
petróleo, mas abriga diversos escritórios de empresas do setor.
O secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, reforçou o coro saudita ao declarar que também está
confiante na capacidade da Arábia Saudita de "assegurar os fluxos de produção de petróleo".
O ministro do Petróleo do Kuait
também anuncia reforços. Segundo ele, o país está implementando
um esquema de segurança, em
aliança com países vizinhos, para
se proteger de eventuais ataques.
Amanhã, os representantes da
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo) se reunirão em Beirute para decidir sobre a elevação da cota de produção. A proposta é defendida pela
Arábia Saudita como forma de
baixar os preços no mercado internacional.
A expectativa é a de que haja o
aumento da cota em 2,5 milhões
de barris por dia. Hoje, o teto da
organização é de 23,5 milhões por
dia, mas os países da organização
já produzem cerca de 2 milhões
de barris acima disso.
Com as agências internacionais
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