São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

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DIAS DE TENSÃO

Medo de novos atentados no Oriente Médio fez preço do produto subir 6,14% ontem e quebrar novo recorde

Petróleo fecha acima de US$ 42 pela 1ª vez

DA REPORTAGEM LOCAL

O preço do barril do petróleo subiu ontem 6,14% e fechou, em Nova York, cotado a US$ 42,33, o maior valor nominal em 21 anos de negociação do produto. Desde o início deste ano, o valor já subiu cerca de US$ 10,00.
Depois de um final de semana marcado por ataques terroristas na Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo, a cotação do produto também disparou em Londres. O Brent ficou em US$ 39,08, com alta de 6,83%.
Há rumores de especulação de "hedge funds" (fundo que aplica em qualquer tipo de ativo) nessas altas, mas o "fator medo" tem sido apontado como a principal causa para a disparada da cotação. "O prêmio de segurança foi reforçado", avaliou John Kilduff, vice-presidente da consultoria Fimat USA. Analistas do setor estimam que esteja havendo um acréscimo entre US$ 5 e US$ 9 no preço do barril só por conta do temor de novos ataques em instalações produtoras de petróleo.
Recente nota atribuída ao grupo terrorista Al Qaeda ameaça "atacar companhias americanas (...) especializadas em roubar a riqueza dos muçulmanos".
"Parece que os ataques tiveram infra-estrutura saudita", disse Nauman Barakat, vice-presidente da corretora americana Refco, a respeito dos atentados.
Líderes do país, porém, afirmaram que a questão da segurança está sob controle. A cidade saudita de Khobar, na qual aconteceram os ataques, não tem instalações de refino ou de produção de petróleo, mas abriga diversos escritórios de empresas do setor.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, reforçou o coro saudita ao declarar que também está confiante na capacidade da Arábia Saudita de "assegurar os fluxos de produção de petróleo".
O ministro do Petróleo do Kuait também anuncia reforços. Segundo ele, o país está implementando um esquema de segurança, em aliança com países vizinhos, para se proteger de eventuais ataques.
Amanhã, os representantes da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) se reunirão em Beirute para decidir sobre a elevação da cota de produção. A proposta é defendida pela Arábia Saudita como forma de baixar os preços no mercado internacional.
A expectativa é a de que haja o aumento da cota em 2,5 milhões de barris por dia. Hoje, o teto da organização é de 23,5 milhões por dia, mas os países da organização já produzem cerca de 2 milhões de barris acima disso.


Com as agências internacionais


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