DA SUCURSAL DO RIO

Em razão da alta do petróleo, acumulada em 30,17% neste ano, a Petrobras anunciou reajuste de 6,7% no preço do querosene de aviação, principal componente nos custos operacionais das companhias aéreas.
Apesar do aumento, as empresas aéreas dizem que não vão repassar imediatamente o reajuste para as tarifas. A TAM informou, por intermédio de sua assessoria, que descarta, no momento, subir o preço das passagens. Varig, Vasp e Gol dizem que não decidiram se irão elevar tarifas. As três companhias ainda estudam o impacto do reajuste nos custos.
A Petrobras optou por subir ontem o preço apenas do querosene. Outros combustíveis não foram corrigidos. Nem mesmo os destinados à indústria -óleo combustível, nafta, GLP para uso industrial-, cujos preços acompanham mais freqüentemente as variações do mercado internacional.
No caso da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, a política da estatal é diferente: manter seus preços alinhados no longo prazo e evitar repasses imediatos das oscilações do mercado externo. Desde o final de abril de 2003, nem a gasolina nem o diesel sofreram alterações de preço na refinaria.
Segundo o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), o aumento acumulado do querosene neste ano é de 27,3%. A política da estatal, diz a entidade, é corrigir os preços mais ou menos a cada 15 dias.
Com isso, o querosene já subiu oito vezes neste ano. Em três oportunidades, houve queda no preço do produto, segundo dados do Snea.
O combustível, diz o Snea, representa de 25% a 30% dos custos fixos das empresas de transporte aéreo. Para a TAM, são 25%, segundo a empresa. No caso da Varig, são 30%.
Segundo especialistas, mais cedo ou mais tarde a Petrobras terá de ajustar seus preços ao do mercado internacional, ainda que não repasse integralmente as variações do petróleo.
É que, dizem, o óleo não cede do patamar de US$ 40 o barril. Segundo a consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), a defasagem da gasolina é cerca de 35% em relação aos preços do golfo do México.


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