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SALTO NO ESCURO
Tesouro vai bancar bônus de "econômicos"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Tesouro Nacional terá de pagar parte dos bônus dos consumidores que gastam menos que 100
kWh/mês e cumpriram a meta de
redução de consumo de energia
em junho.
Esses consumidores têm direito
a bônus de R$ 2 para cada R$ 1
economizado. O pagamento do
bônus foi garantido pelo governo.
Com os bônus, muitos consumidores tiveram descontos na conta
de junho, com vencimento em julho.
Quem gasta mais que 100
kWh/mês e cumpriu a meta poderia receber até R$ 1 de bônus
em caso de economia. Esses consumidores não deverão receber
bonificação. Para eles o pagamento não era garantido.
O dinheiro para pagar o bônus
deveria vir da arrecadação com o
pagamento da sobretaxa, paga
pelos consumidores que gastam
mais que 200 kWh/mês e descumprem a meta. Esse dinheiro é
usado para pagar primeiro quem
gasta menos que 100 kWh/mês. Se
sobrasse, os que gastam mais que
isso teriam bonificação.
A arrecadação não foi suficiente
porque os consumidores residenciais estão economizando acima
da meta e, por isso, ficando livres
da sobretaxa. Segundo o ministro
José Jorge (Minas e Energia), o valor total que terá que ser gasto pelo Tesouro ainda não foi definido.
O ministro disse que recebeu as
informações de algumas distribuidoras de energia, mas classificou como "tendência" a possibilidade de a maioria delas ter de recorrer ao Tesouro para pagar o
bônus.
A conta será calculada individualmente para cada distribuidora. Quem tiver arrecadação suficiente com a sobretaxa poderá pagar o bônus sem a ajuda do Tesouro, e até mesmo pagar o bônus
para quem consome acima de 100
kWh/ mês.
A Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) teria que pagar bônus a 2,1 milhões de consumidores residenciais, o que equivale a 48% desses consumidores.
Foram sobretaxados apenas
128.483 consumidores residenciais.
O CNPE (Conselho Nacional de
Política Energética) não debateu a
construção da usina nuclear de
Angra 3. O tema foi retirado de
pauta pelo ministro Sarney Filho
(Meio Ambiente) e deverá voltar
em setembro, em reunião extraordinária.
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