São Paulo, quinta-feira, 02 de agosto de 2001

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SALTO NO ESCURO

Tesouro vai bancar bônus de "econômicos"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Tesouro Nacional terá de pagar parte dos bônus dos consumidores que gastam menos que 100 kWh/mês e cumpriram a meta de redução de consumo de energia em junho.
Esses consumidores têm direito a bônus de R$ 2 para cada R$ 1 economizado. O pagamento do bônus foi garantido pelo governo. Com os bônus, muitos consumidores tiveram descontos na conta de junho, com vencimento em julho.
Quem gasta mais que 100 kWh/mês e cumpriu a meta poderia receber até R$ 1 de bônus em caso de economia. Esses consumidores não deverão receber bonificação. Para eles o pagamento não era garantido.
O dinheiro para pagar o bônus deveria vir da arrecadação com o pagamento da sobretaxa, paga pelos consumidores que gastam mais que 200 kWh/mês e descumprem a meta. Esse dinheiro é usado para pagar primeiro quem gasta menos que 100 kWh/mês. Se sobrasse, os que gastam mais que isso teriam bonificação.
A arrecadação não foi suficiente porque os consumidores residenciais estão economizando acima da meta e, por isso, ficando livres da sobretaxa. Segundo o ministro José Jorge (Minas e Energia), o valor total que terá que ser gasto pelo Tesouro ainda não foi definido.
O ministro disse que recebeu as informações de algumas distribuidoras de energia, mas classificou como "tendência" a possibilidade de a maioria delas ter de recorrer ao Tesouro para pagar o bônus.
A conta será calculada individualmente para cada distribuidora. Quem tiver arrecadação suficiente com a sobretaxa poderá pagar o bônus sem a ajuda do Tesouro, e até mesmo pagar o bônus para quem consome acima de 100 kWh/ mês.
A Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) teria que pagar bônus a 2,1 milhões de consumidores residenciais, o que equivale a 48% desses consumidores. Foram sobretaxados apenas 128.483 consumidores residenciais.
O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) não debateu a construção da usina nuclear de Angra 3. O tema foi retirado de pauta pelo ministro Sarney Filho (Meio Ambiente) e deverá voltar em setembro, em reunião extraordinária.


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