São Paulo, terça-feira, 02 de agosto de 2005

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CRISE NO AR

Recursos para reforço de caixa e manutenção de aviões seriam captados por banco participante da reestruturação da empresa

Varig diz precisar de aporte de US$ 100 mi

JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

A Varig necessita de um aporte de capital de US$ 100 milhões para normalizar o fluxo de caixa, realizar a manutenção dos aviões e fazer investimentos prioritários, afirmou ontem Omar Carneiro da Cunha, presidente executivo da companhia. Os recursos deverão ser captados no mercado pelo banco que participará da reestruturação da companhia aérea. O presidente executivo não mencionou nomes, mas o UBS é dado como certo.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração, David Zylbersztajn, a assinatura formal entre a companhia e o banco escolhido ocorrerá ainda hoje. Ele atribui a demora na assinatura à complexidade do contrato -que inclui reestruturação financeira, captação de recursos, aquisições e fusões.
"Estamos trabalhando à toda velocidade para que esse empréstimo chegue o mais rápido possível à empresa. Temos uma série de aviões que estão precisando voltar a voar, mas que estão em manutenção", afirmou Carneiro da Cunha.
A Varig tem atualmente nove aviões parados. Em condições normais, o rodízio de manutenção incluiria no máximo cinco aeronaves. As demais estão paradas por falta de recursos para a manutenção.
"O pagamento delas ficou preso na recuperação. Estamos discutindo com os fornecedores como podemos resolver a situação desses motores."

Plano
O plano de recuperação da empresa deverá ser apresentado aos credores nos primeiros dez dias de setembro. O prazo limite é 12 de setembro. "Não será um plano mirabolante. Será muito factível e vai envolver a possibilidade de perenidade da Varig pagando suas obrigação correntes, como uma empresa estruturada e competitiva", afirmou Zylbersztajn.
Carneiro da Cunha afirmou que ainda não há decisão sobre ajustes e demissões, mas disse que elas poderão ocorrer. "Poderá haver reduções. Você não vai sair de um processo de reestruturação exatamente como estava antes. Se vai ficar como antes, é porque a companhia continua em recuperação e com problemas financeiros. Vamos ter de ajustar rotas, oferta de aviões, estrutura da empresa e renegociação da dívida com os credores", afirmou.
Os salários de parte dos trabalhadores ainda estão atrasados. No último dia 29, a empresa pagou o salário de junho a 10 mil funcionários. De acordo com Carneiro da Cunha, os demais 7.000 funcionários receberão ainda nesta semana.

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