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CRISE NO AR
Recursos para reforço de caixa e manutenção de aviões seriam captados por banco participante da reestruturação da empresa
Varig diz precisar de aporte de US$ 100 mi
JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
A Varig necessita de um aporte
de capital de US$ 100 milhões para normalizar o fluxo de caixa,
realizar a manutenção dos aviões
e fazer investimentos prioritários,
afirmou ontem Omar Carneiro da
Cunha, presidente executivo da
companhia. Os recursos deverão
ser captados no mercado pelo
banco que participará da reestruturação da companhia aérea. O
presidente executivo não mencionou nomes, mas o UBS é dado como certo.
De acordo com o presidente do
Conselho de Administração, David Zylbersztajn, a assinatura formal entre a companhia e o banco
escolhido ocorrerá ainda hoje. Ele
atribui a demora na assinatura à
complexidade do contrato -que
inclui reestruturação financeira,
captação de recursos, aquisições e
fusões.
"Estamos trabalhando à toda
velocidade para que esse empréstimo chegue o mais rápido possível à empresa. Temos uma série
de aviões que estão precisando
voltar a voar, mas que estão em
manutenção", afirmou Carneiro
da Cunha.
A Varig tem atualmente nove
aviões parados. Em condições
normais, o rodízio de manutenção incluiria no máximo cinco aeronaves. As demais estão paradas
por falta de recursos para a manutenção.
"O pagamento delas ficou preso
na recuperação. Estamos discutindo com os fornecedores como
podemos resolver a situação desses motores."
Plano
O plano de recuperação da empresa deverá ser apresentado aos
credores nos primeiros dez dias
de setembro. O prazo limite é 12
de setembro. "Não será um plano
mirabolante. Será muito factível e
vai envolver a possibilidade de perenidade da Varig pagando suas
obrigação correntes, como uma
empresa estruturada e competitiva", afirmou Zylbersztajn.
Carneiro da Cunha afirmou que
ainda não há decisão sobre ajustes
e demissões, mas disse que elas
poderão ocorrer. "Poderá haver
reduções. Você não vai sair de um
processo de reestruturação exatamente como estava antes. Se vai
ficar como antes, é porque a companhia continua em recuperação
e com problemas financeiros. Vamos ter de ajustar rotas, oferta de
aviões, estrutura da empresa e renegociação da dívida com os credores", afirmou.
Os salários de parte dos trabalhadores ainda estão atrasados.
No último dia 29, a empresa pagou o salário de junho a 10 mil
funcionários. De acordo com Carneiro da Cunha, os demais 7.000
funcionários receberão ainda nesta semana.
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