São Paulo, terça-feira, 02 de agosto de 2005

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SAFRA

Estado deverá produzir 22,2 mi de toneladas neste ano e perderá a liderança na produção de feijão para Minas Gerais

Paraná perderá 6 mi de toneladas de grãos

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A produção de grãos dos agricultores paranaenses em 2005 está bem distante da registrada há dois anos. Em 2003, os líderes nacionais na produção de grãos colocaram no mercado 30,4 milhões de toneladas.
Neste ano, se tudo der certo nos dois meses que ainda restam para a finalização da safra de inverno, a produção do Estado ficará em apenas 22,2 milhões de toneladas.
Essa produção é 6 milhões de toneladas menor do que se esperava para 2004/5. Com essa produção, o Paraná perde o posto de maior produtor nacional de feijão e cai para a sexta posição nacional na de café, na avaliação de Dirlei Antonio Manfio, do setor de previsão de safras do Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento) do Paraná.
A redução da safra paranaense para 22,2 milhões de toneladas derrubará a participação do Estado para 20% do total nacional. Essa participação era de 25% na safra 2002/3, segundo Manfio.
A colheita de verão está praticamente concluída, segundo o técnico paranaense, e os números mostram o quanto o clima adverso afetou a produção no período. O Estado atingirá 18,4 milhões de toneladas, 24% menos do que se previa. Dois produtos foram responsáveis por essa redução: soja e milho. Juntos, os dois produtos somam quebra de 5,6 milhões de toneladas no período.
Já na safra de inverno, o grande destaque fica para o trigo, cuja produção o Estado é líder nacional. A perda do tempo ideal para o plantio do milho safrinha fez muitos produtores optarem pelo trigo, que terá área de 1,3 milhão de hectares. A safra deste ano, prevista inicialmente em 3,12 milhões de toneladas, deve ficar em 2,99 milhões, segundo Manfio.
A safra total de feijão, que era prevista em 646 mil toneladas, deve cair para 543 mil nos cálculos do Deral. Com isso, o Paraná deixa de ser o maior produtor nacional, posto que será ocupado por Minas Gerais.

Preocupação
A produção de milho safrinha neste ano terá forte quebra e recuará para apenas 1,6 milhão de toneladas, 50% menos do que se previa inicialmente. Essa quebra diminuirá ainda mais a oferta de milho neste semestre e preocupa o mercado, já que o Paraná é o principal produtor nacional.
A queda na produção de milho pelos paranaenses deve forçar a importação maior da Argentina, país que está com produção recorde de 19,5 milhões de toneladas neste ano.
A quebra da safra de milho safrinha é grande porque 18% da área inicial do plantio (849 mil hectares) foi perdida e a produtividade do que restou cairá para 2.300 quilos por hectare -a previsão inicial era de 3.740 quilos.
Em Toledo, região que tem a maior área de milho plantada no Estado (183 mil hectares), a quebra na produção deve chegar a 63% do que se esperava.

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