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OPERAÇÃO "MERCADO NEGRO"
Esquemas deram prejuízo de R$ 15 mi ao órgão
PF prende 28 suspeitos de fraudar INSS
JOSÉ MESSIAS XAVIER
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Federal prendeu ontem no Rio de Janeiro e em Minas
Gerais 28 integrantes de uma suposta organização criminosa envolvida em fraudes que deram
prejuízo de R$ 15 milhões à Previdência Social.
As acusações são de formação
de quadrilha, falsidade ideológica
e peculato e as penas podem chegar a 15 anos de prisão.
Três funcionários do INSS são
apontados como os chefes da
fraude: Margarida Maria de Almeida Cerqueira, chefe do posto
do órgão em Copacabana (bairro
com o maior número de idosos
do país, segundo o IBGE); Ricardo Barreto de Almeida, o Neném;
e Militão Benjamin Derbly.
O contador Renato Santana, o
Escuro, também foi preso. Ele seria responsável por uma rede de
"zangões" (despachantes que ficam na entrada dos postos do
INSS), que agenciava pessoas para serem incluídas como beneficiários da Previdência.
Os funcionários do INSS inseriam dados falsos de aposentadoria no sistema do órgão. Os beneficiários não tinham tempo suficiente para a aposentadoria. Falsos vínculos empregatícios com
empresas em atividade ou que foram extintas também eram criados para assegurar o benefício.
"Essas pessoas não têm, realmente, nenhum vínculo trabalhista. É tudo forjado e inserido na
rede do INSS por meio de guias de
recolhimento do FGTS", explica o
superintendente da PF no Rio, delegado José Milton Rodrigues.
A organização criminosa ficava
com os três primeiros benefícios
pagos aos falsos aposentados.
Cerca de 90% das aposentadorias
forjadas pela quadrilha pagam
apenas um salário mínimo.
De acordo com José Milton, a
fraude pode ser maior. A PF também irá indiciar em falsidade
ideológica e formação de quadrilha os beneficiários do esquema.
"Além das prisões, cumprimos
42 mandados de busca e apreensão. Muitos computadores e documentos foram apreendidos e já
foram encaminhados para perícia. Agora, teremos a lista dos que
entraram como beneficiários. Essas pessoas também cometeram
crime e poderão ser indiciadas",
afirmou o delegado.
Em Minas Gerais, prisões e
apreensões foram realizadas em
Belo Horizonte, Ipatinga e Caratinga. No Rio, além da capital, a
operação da PF, batizada de
"Mercado Negro", também realizou prisões em Nova Friburgo,
Mesquita, Itaguaí, Niterói, São
Gonçalo e Belford Roxo.
As investigações da quadrilha
começaram em janeiro de 2003,
após uma denúncia anônima.
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