São Paulo, quarta-feira, 02 de outubro de 2002

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Moeda registra maior queda em dois meses

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar caiu pelo segundo dia consecutivo ontem. A moeda dos EUA fechou a R$ 3,61, em baixa de 4%. Na maior queda diária em dois meses, o dólar atingiu seu menor valor desde 23 de setembro. Na semana, a baixa é de 7%. O risco Brasil, calculado pelo banco JP Morgan, caiu 7,4% para 2.219 pontos.
Uma intervenção mais forte do Banco Central e a passagem do vencimento de dívida cambial do governo explicariam a queda do dólar. Além disso, alguns investidores estariam vendendo a moeda para embolsar os ganhos, após a forte alta dos últimos dias.
O próximo vencimento de papel cambial é no dia 17 -o maior do mês, de US$ 3,62 bilhões. A operação ocorrerá depois do primeiro turno das eleições. Segundo Clive Botelho, diretor do banco Santos, o fato de não haver um vencimento de dívida cambial para logo reduziu a pressão na moeda. O BC também teria vendido uma maior quantidade de dólares nos últimos dias. "Aparentemente, a instituição escolheu o melhor momento para agir", diz Botelho. O mercado de câmbio também poderá viver um período de trégua nos próximos dias. Segundo operadores, os grandes "players" do mercado, os bancos, reduziram suas apostas na alta do dólar.
Algumas instituições fizeram o que no jargão do mercado se chama "zeragem de posição", isto é, desmontaram as operações de aposta de desvalorização do real no mercado futuro de câmbio. Outros bancos optaram por mudar seu posicionamento nesse mercado, vendendo a moeda norte-americana no futuro, o que indica que estão esperando que sua cotação ceda nos próximos dias.
De acordo com Emanuel Pereira, sócio da Gap Asset Management, alguns investidores também resolveram reduzir suas posições no mercado de câmbio para apostar suas fichas na alta do mercado de títulos da dívida externa brasileira, principalmente dos C-Bonds, cujo preço caiu significativamente.


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