São Paulo, quarta-feira, 02 de outubro de 2002

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CRISE NO VIZINHO

Argentinos deixam dinheiro no banco mesmo com liberação parcial de "corralito"
O movimento foi normal nos bancos argentinos ontem, quando foi liberado 1,7 bilhão de pesos (US$ 455 milhões) em depósitos a prazos fixos (espécie de CDI) que estavam congelados desde dezembro de 2001.
No mês passado, o governo havia decidido normalizar os saques em todos os cerca de 650 mil depósitos a prazo fixo de até 7.000 pesos. Pelo menos 12 bancos ampliaram por conta própria esse teto para 10 mil pesos.
No entanto, quase a totalidade dos correntistas optou por não movimentar os recursos liberados devido às taxas de juros de 30% a 35% ao ano oferecidas pelas instituições financeiras.
Nenhuma outra aplicação ofereceu rentabilidade tão alta no país em setembro. Dessa forma, os bancos teriam atraído, segundo o governo, cerca de 4 bilhões de pesos em novos depósitos a prazo fixo só no mês passado.
Já o dólar, aplicação tradicionalmente preferida pelos argentinos, começou a apresentar uma leve tendência de alta apenas na semana passada, após três meses de estabilidade. A moeda norte-americana acumulou valorização de 2,2% nos últimos cinco dias e atingiu a cotação de 3,77 pesos nas casas de câmbio.

Pressão
Para Sergio D'Amico, analista de mercado do Itau Buen Ayre, o dólar foi levemente pressionado pela turbulência financeira no Brasil e pelo pessimismo em relação ao fechamento do acordo entre o governo argentino e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
No entanto, ele acredita que o principal motivo é técnico: os bancos voltaram a apostar no dólar porque, em quatro meses, o Banco Central reduziu de 110% para 30% a taxa de juros paga para colocar títulos no mercado e enxugar a liquidez existente. (DE BUENOS AIRES)


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