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Juro alto faz as falências subirem 22%
da Reportagem Local
A alta das taxas de juros em setembro começou a surtir efeito negativo no comércio.
Em novembro, o número de falências decretadas no comércio
cresceu 22%, chegando a 150, segundo informou a Associação Comercial de São Paulo.
Em relação a novembro do ano
passado, quando o comércio também sofria com a alta dos juros decorrente da chamada crise asiática,
o crescimento do número de falências decretadas é de 2%.
No caso das falências requeridas,
outro termômetro das dificuldades do comércio com as altas taxas
de juros, o crescimento no mês
passado também foi significativo.
Foram requeridas 926 falências,
10,4% a mais do que o registrado
no mês anterior.
Na comparação com novembro
do ano passado, o número de falências requeridas cresceu 7,4%.
Os juros foram elevados em setembro para conter a fuga de capitais, resultado da falta de confiança
dos investidores estrangeiros.
Com juros maiores, o investidor
estrangeiro ficou mais estimulado
a deixar seu capital no país.
A taxa básica de juros do banco
central passou de aproximadamente 20% ao ano para algo em
torno de 49% ao ano.
O efeito dos juros altos no comércio também pode ser medido
pelo número de concordatas requeridas.
De 12 concordatas requeridas em
outubro, o comércio paulista passou para 16 em novembro -crescimento de 33%.
Em relação a novembro do ano
passado, o crescimento é de 60%.
O registro de concordatas requeridas atingiu o ápice em dezembro
do ano passado, com 32 pedidos.
Desde então, a Associação Comercial estava observado redução
dos pedidos de concordata, até o
repique de novembro.
O número de concordatas deferidas (aceitas) caiu no mesmo período, passando de dez para nove.
Mesmo assim, o número é 28,6%
superior ao observado em novembro do ano passado.
Foi em novembro que a tradicional rede varejista de material de
construção Uemura Home Center
pediu concordata.
A empresa, que tinha um passivo
de R$ 56 milhões, apontou os juros
altos como principal causa da situação difícil enfrentada junto a
bancos e fornecedores.
"O aumento do número de falências requeridas e decretadas no
município preocupa", afirma Emilio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo.
O número de falências requeridas no comércio de São Paulo vinha caindo desde julho deste ano.
De acordo com a Associação Comercial, os números de novembro
não são recordes, mas acenderam
"o sinal de alerta".
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