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INFRA-ESTRUTURA
Previsão do Planalto é leiloar sete estradas federais em maio
Governo retoma processo de privatização de rodovias
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal retomou o
processo de privatização das estradas federais interrompido no
ano passado e pretende leiloar,
em maio, sete rodovias que totalizam 2.600 quilômetros. Hoje, a
ANTT (Agência Nacional de
Transportes Terrestres) divulga a
primeira versão do edital de venda, que ficará em audiência pública até o próximo dia 22.
Nesse período, os interessados
na privatização poderão sugerir
modificações no edital. Caso não
haja alterações, os pedágios a serem cobrados nas estradas privatizadas irão variar, em média, entre R$ 4,22 e R$ 6,33 para cada
cem quilômetros percorridos.
Entre as estradas que serão vendidas, estão a Fernão Dias (que liga São Paulo a Belo Horizonte) e a
Régis Bittencourt (que vai de São
Paulo a Curitiba).
De acordo com o diretor-geral
da ANTT, José Alexandre Resende, caso não haja nenhum imprevisto, o leilão ocorrerá em maio.
Encerrado o processo de leilão, o
prazo para a assinatura de contratos é de até dois meses -em julho, portanto. Firmados os contratos, as empresas vencedoras do
leilão terão de dar início imediato
às obras previstas pelo edital de
privatização.
A cobrança dos pedágios só pode começar a ser feita depois de
pelo menos seis meses da assinatura dos contratos -ou seja, em
janeiro de 2007, de acordo com o
cronograma da ANTT.
"As empresas terão que dar às
rodovias um mínimo de qualidade que justifique a cobrança de
pedágio", diz Resende. Nas contas
da agência, as rodovias privatizadas receberão investimentos de
R$ 19,56 bilhões num prazo de 25
anos, período de validade das
concessões a serem leiloadas. Isso
resultaria na arrecadação de R$
9,3 bilhões em tributos.
Segundo as regras estabelecidas
pela ANTT, o leilão de cada trecho
será vencido pela empresa (ou
empresas, que podem se unir em
um consórcio) que se comprometer a cobrar a menor tarifa, obedecendo um teto fixado no edital de
privatização. Na Fernão Dias, por
exemplo, a concessionária poderá
instalar oito postos de pedágio e
cobrar, em cada um deles, um
máximo de R$ 3,223 de cada veículo de passeio.
Ainda segundo o edital proposto pela ANTT, os reajustes no valor dos pedágios serão anuais e
acompanharão a variação do
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Caso, no leilão, duas ou mais
empresas se comprometam a cobrar a mesma tarifa para um determinado trecho, vencerá aquela
que pagar o preço mais alto ao governo pela concessão. Se somente
uma empresa prometa o pedágio
mais barato, essa companhia ganhará o direito de explorar a rodovia sem, de imediato, precisar
desembolsar nada.
Bancos, fundos de investimento
e de pensão, além das empreiteiras, poderão participar do leilão,
que deve ocorrer na Bovespa.
A ANTT já havia tentado iniciar, no ano passado, o processo
de privatização das estradas, mas
uma decisão por parte do TCU
(Tribunal de Contas da União)
determinou que fossem revistos
alguns pontos do edital, devido à
suspeita de indícios de que os gastos que as concessionárias teriam
na manutenção das rodovias teriam sido superestimados, o que
resultaria na cobrança de um pedágio mais caro.
Segundo Resende, as recomendações do TCU foram acatadas
pela ANTT, e o tribunal continuará acompanhando os próximos
passos do processo.
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