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AGRONEGÓCIO
Brasil deve superar os EUA, maiores produtores mundiais, na liderança em exportação, segundo projeção da Agricultura
País prevê ser 1º em venda de soja até 2007
FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil vai superar os EUA e se
tornar o maior exportador de soja
até o próximo ano, segundo projeção da assessoria de gestão estratégica do Ministério da Agricultura. A soja é o carro-chefe da
balança do agronegócio brasileiro
e em 2004/15 registrou exportação de 20,5 milhões de toneladas,
enquanto os EUA venderam 27,4
milhões de toneladas.
O Brasil deve exportar 23 milhões de toneladas de soja da safra
de 2006/07, superando o volume
exportado dos americanos, que
deve ficar em 22,5 milhões.
Maiores produtores de soja desde 1964, os EUA poderiam ser ultrapassados pelo Brasil nos anos
2014/15. Antes da seca que atingiu
principalmente o Sul do país em
2005, a estimativa era que o Brasil
fechasse a safra de 2014/15 com 95
milhões de toneladas. Com a estiagem, refez-se a projeção para
83,9 milhões. A produção dos
EUA é estimada em 87,6 milhões.
"A maior participação do Brasil
no mercado pode ser explicada
pela falta de novas áreas para a expansão dos Estados Unidos, enquanto o Brasil ainda tem terras
abundantes e baratas", disse o
chefe da assessoria de gestão estratégica, Elísio Contini. "Além
disso, a demanda por soja é crescente e o consumo dos americanos é muito maior que o nosso."
O estudo do Ministério da Agricultura avalia que a dinâmica do
agronegócio brasileiro está vinculada à exportação e cita outros
produtos com mercados potenciais: carnes, açúcar e álcool.
As projeções do setor de carne
no Brasil mostram que a produção da bovina deve apresentar
crescimento de 4,4% ao ano até
2014/5, e a de frango, 4,5%. Enquanto a expansão projetada da
suína é de 2,6% ao ano.
A taxa média anual de crescimento da produção de açúcar é
ainda maior do que a de carnes e
chega a 6,5%. Maior exportador
do produto, as vendas do Brasil
devem passar dos 18,1 milhões de
toneladas atuais para 21,9 milhões
em 2014/15 ou 56% do comércio
internacional.
Outro produto derivado da cana, o etanol também apresenta
projeções otimistas no estudo do
ministério. A produção do combustível projetada para 2015 é de
36,8 bilhões de litros, mais do que
o dobro da de 2005 (16,2 bilhões).
Com a expectativa de grande
avanço dos carros bicombustíveis
(venda de 1 milhão desse tipo de
automóvel contra 467 mil de carros a gasolina em 2010), a projeção é que o consumo interno em
2015 chegue a 28,4 bilhões de litros contra 13,5 bilhões em 2005.
"Uma projeção de exportação
de etanol é mais complicada pois
depende muito de vários fatores,
como preço do petróleo e a escolha de uma matriz energética de
vários países", afirmou Contini.
O estudo do Ministério da Agricultura listou ainda uma série de
incertezas que podem influenciar
as projeções: crescimento econômico abaixo do previsto, protecionismo dos países desenvolvidos, falta de investimento em infra-estrutura e atrasos na tecnologia e defesa agropecuária.
O item mais enfatizado pelo
chefe da gestão estratégica foi infra-estrutura. "Precisamos produzir a um custo mais baixo."
A projeção do ministério é baseado em estudos de diversas entidades como USDA (Departamento de Agricultura dos EUA),
OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico, que reúne países industrializados) e Banco Mundial,
entre outros.
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