São Paulo, sexta-feira, 03 de fevereiro de 2006

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ALIMENTAÇÃO

Pesquisa mostra que gasto médio no Rio é 38% maior que em SP; Manaus é a mais cara; Fortaleza, a mais barata

Paulistano gasta R$ 13 para almoçar fora

Fernando Moraes - 15.set.2004/Folha Imagem
Cliente se serve em restaurante por quilo no centro de São Paulo, cidade na qual o almoço fora de casa custa em média R$ 13,23


SERGIO COSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O morador de São Paulo gasta em média R$ 13,23 na hora de almoçar fora. Bem menos do que no Rio, onde se almoça por cerca de R$ 18,30. Ou seja, com a diferença do que gasta a mais -38,3%- o carioca pagaria quase dois almoços por semana ao paulistano.
No Rio só não se gasta mais do que em Manaus. Ali a média das refeições no intervalo do trabalho está em R$ 18,62. A capital mais barata do país é Fortaleza, com R$ 9,49. Em Brasília, a média chega a R$ 16,70.
Os dados são de uma pesquisa em todo o país que a Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador) encomendou ao Instituto GfK Indicator. Foi mapeado o custo do almoço do trabalhador em 2005 em 33 cidades e 1.571 estabelecimentos.
A pesquisa levou em conta o preço de uma refeição completa, incluindo prato principal, bebida, sobremesa e café. Nos restaurantes a quilo, foi considerada a média de 500g para o prato principal e 200g para a sobremesa.
Além dos "quilos", foram pesquisados estabelecimentos com serviço "à la carte", os que servem pratos comerciais e os bufês com preços fixos.
Na Grande São Paulo, de acordo com a pesquisa, come-se mais barato em São Miguel, Itaim Paulista e Itaquera, na zona leste, com média de R$ 9,32 na hora do almoço. A refeição mais cara é em Alphaville: R$ 20,49. Uma diferença de R$ 11,17 que pagaria, com sobras, uma segunda refeição na região leste da cidade.
Em Moema, Brooklin, Santo Amaro, Itaim Bibi, Bela Vista, Consolação, avenida Paulista e Cerqueira César as médias variam entre R$ 16,27 a R$ 14,79.
No Estado, a cidade com a menor média de gastos é Campinas, com R$ 12,94 por refeição. Em Ribeirão Preto, gasta-se mais: R$ 14,65, mas ainda é menos do que em Santos, onde uma refeição sai em média por R$ 16,72. A cidade do litoral teve uma das variações mais altas - 35,7%- na comparação com 2004.
Em relação à pesquisa do ano anterior, houve um aumento da despesa dos trabalhadores de todo o país com alimentação de 7,9%, ligeiramente superior à inflação registrada no período -7,77%, de acordo com IPCA. Em São Paulo, variou menos um pouco: 7,6%.
O menor preço médio por região está no Nordeste com R$ 10,80 - ali as refeições baixaram 1,7% em relação ao último levantamento da Assert.
O Sul vem em segundo lugar com R$ 11,81. Depois, empatados, o Centro-Oeste e o Sudeste: R$ 14,59. O Norte é a região mais cara, com média de R$ 14,91. A média do país é R$ 13,90.
Alguns fatores explicam os altos valores na região Norte, em especial de Manaus, uma cidade com alto custo de vida, onde o frete é caro, o ICMS é alto e há escassez de determinados alimentos por dificuldade de cultivo.

Média do vale é R$ 10
O objetivo da pesquisa, segundo Fernanda Leonardi, da GfK, é ajudar as empresas que oferecem tíquetes e vales-refeição a seus funcionários a determinar o valor do benefício de acordo com a região em que operam.
Estima-se que, no Brasil, 4,5 milhões de trabalhadores usem o sistema de convênio para pagar sua alimentação. A Assert, responsável pela pesquisa, reúne algumas das principais operadoras de tíquetes do país: Ticket, VR, Sodexho, Bônus Brasil, Cheque Banquet e Nutricash.
O valor médio do vale-refeição fornecido pelas empresas a seus funcionários está em R$ 10 por dia. Por lei, elas podem descontar até 20% do benefício dos salários.
Os gastos com alimentação fora variam de acordo com a posição socioeconômica. Enquanto a classe A (renda maior do que R$ 5.673) gasta, em média, 12% de tudo o que ganha comendo fora, a alimentação consome cerca de 30% e 25% dos salários das classes D (R$ 419) e E (R$ 220), respectivamente.
Já as classes B (R$ 2.352) e C (R$ 812) gastam, pela ordem, 16% e 21% do total da renda para comer fora.


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