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GOVERNO
Decisão penhora 30% do faturamento diário da Silex Trading, empresa do novo secretário-executivo da Camex
Justiça pune empresa de Giannetti
MÔNICA BERGAMO
Colunista da Folha
A Justiça determinou ontem a
penhora de 30% do faturamento
diário da Silex Trading, empresa
que pertence ao novo secretário-executivo da Camex (Câmara de
Comércio Exterior), Roberto
Giannetti da Fonseca.
A decisão já estava tomada,
conforme antecipou a Folha, mas
ainda não havia sido publicada no
Diário Oficial.
Na entrevista coletiva que deu
ontem em Brasília, depois de tomar posse, Giannetti da Fonseca
disse que é normal empresas que
atuam na área de comércio exterior acumularem litígios judiciais.
Segundo ele, "qualquer empresa
pode enfrentar processos".
A empresa de Giannetti está
sendo acionada porque não pagou R$ 3 milhões de comissão à
Ogao Limited, empresa das Ilhas
Virgens Britânicas que intermediou a venda de 468 ônibus Mercedes-Benz para o governo da Venezuela. A operação foi financiada pelo BNDES.
Os advogados da Ogao Limited
dizem que Giannetti simplesmente não honrou o pagamento
previsto em contrato. O secretário-executivo diz que o negócio "é
mais cabeludo um pouco".
Segundo ele, a metade dos ônibus já havia sido embarcada para
a Venezuela quando o dono da
Ogao, Omar Guerra, resolveu cobrar uma comissão adicional,
ameaçando não embarcar o restante da carga.
"Seria uma crise diplomática
entre o Brasil e a Venezuela", diz
Giannetti. "A solução foi ceder à
chantagem e assinar o compromisso de pagar". Depois que os
ônibus chegaram à Venezuela,
Giannetti resolveu não desembolsar o dinheiro.
"Estou abrindo um processo
contra eles por chantagem, por
perdas e danos e pelo que me
trouxeram de desgaste", afirmou
Giannetti à Folha.
Ele diz que o Omar Guerra, da
Ogao, é "um tipo de Ricardo
Mansur" venezuelano, referindo-se ao empresário que levou o
Mappin e a Mesbla à falência.
Giannetti chegou a apresentar
terras no Xingu para a penhora,
mas a Justiça preferiu bloquear o
faturamento da empresa.
Afastado da empresa, Giannetti
diz que a ação judicial deverá ser
acompanhada por outros diretores. "A Justiça vai decidir quem
tem razão", afirmou.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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