São Paulo, sexta-feira, 03 de março de 2000


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GOVERNO
Decisão penhora 30% do faturamento diário da Silex Trading, empresa do novo secretário-executivo da Camex
Justiça pune empresa de Giannetti

MÔNICA BERGAMO
Colunista da Folha

A Justiça determinou ontem a penhora de 30% do faturamento diário da Silex Trading, empresa que pertence ao novo secretário-executivo da Camex (Câmara de Comércio Exterior), Roberto Giannetti da Fonseca.
A decisão já estava tomada, conforme antecipou a Folha, mas ainda não havia sido publicada no Diário Oficial.
Na entrevista coletiva que deu ontem em Brasília, depois de tomar posse, Giannetti da Fonseca disse que é normal empresas que atuam na área de comércio exterior acumularem litígios judiciais. Segundo ele, "qualquer empresa pode enfrentar processos".
A empresa de Giannetti está sendo acionada porque não pagou R$ 3 milhões de comissão à Ogao Limited, empresa das Ilhas Virgens Britânicas que intermediou a venda de 468 ônibus Mercedes-Benz para o governo da Venezuela. A operação foi financiada pelo BNDES.
Os advogados da Ogao Limited dizem que Giannetti simplesmente não honrou o pagamento previsto em contrato. O secretário-executivo diz que o negócio "é mais cabeludo um pouco".
Segundo ele, a metade dos ônibus já havia sido embarcada para a Venezuela quando o dono da Ogao, Omar Guerra, resolveu cobrar uma comissão adicional, ameaçando não embarcar o restante da carga.
"Seria uma crise diplomática entre o Brasil e a Venezuela", diz Giannetti. "A solução foi ceder à chantagem e assinar o compromisso de pagar". Depois que os ônibus chegaram à Venezuela, Giannetti resolveu não desembolsar o dinheiro.
"Estou abrindo um processo contra eles por chantagem, por perdas e danos e pelo que me trouxeram de desgaste", afirmou Giannetti à Folha.
Ele diz que o Omar Guerra, da Ogao, é "um tipo de Ricardo Mansur" venezuelano, referindo-se ao empresário que levou o Mappin e a Mesbla à falência.
Giannetti chegou a apresentar terras no Xingu para a penhora, mas a Justiça preferiu bloquear o faturamento da empresa.
Afastado da empresa, Giannetti diz que a ação judicial deverá ser acompanhada por outros diretores. "A Justiça vai decidir quem tem razão", afirmou.


Colaborou a Sucursal de Brasília

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