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CURTO-CIRCUITO
Foi a primeira elevação na categoria desde 2000; cresceram o total de unidades e o gasto médio de cada uma
Casas consomem mais energia em 2003
FABÍOLA SALANI
DA REDAÇÃO
Pela primeira vez desde 2000, foi
registrada no ano passado uma
recuperação no consumo de
energia elétrica das casas. O gasto
subiu 4,8% no Brasil todo, refletindo não apenas mais unidades
ligadas à rede como também aumento no consumo individual.
Prova disso é que, em dezembro
do ano passado, um consumidor
residencial gastava, em média,
140 kWh/mês no Brasil -1,5% a
mais do que os 138 kWh/mês verificados no mesmo mês de 2002.
Com isso, o gasto faturado médio dos consumidores residenciais fechou 2003 com níveis equivalentes aos de 1988 no país.
Essa expansão no gasto médio
mostra que, pouco a pouco, o
consumidor residencial vai retomando hábitos que tinha antes do
racionamento de energia, em
2001 e no início de 2002.
Mas a evolução ainda é lenta. De
1994 a 1998, por exemplo, o consumo médio residencial de energia crescera à base de 4,8% ao ano,
alcançando 179 kWh/mês em
1998. Depois disso, esse indicador
entrou em declínio continuado
até o racionamento. Para analistas
e para a própria Eletrobrás, isso
ocorreu em parte por causa dos
altos aumentos de tarifa registrados a partir de 1999, que levaram
os consumidores a economizar.
Indústria
A fraca expansão da produção
industrial no ano passado
-0,3%, de acordo com o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística)- se reflete no consumo de energia dessa categoria,
que registrou aumento de 1,7% no
país todo, abaixo da média de
3,7% de elevação do consumo em
geral durante 2003.
Mas a Eletrobrás destaca que,
afora esse fator, há migração dos
grandes consumidores industriais para a autogeração de eletricidade -que não é mensurada
pela estatal-, movimento que foi
intensificado a partir do racionamento de energia iniciado dois
anos e meio atrás.
Destaque pode ser dado à notável expansão de 33,4% no consumo da indústria da região Centro-Oeste do país durante o ano passado -embora, em números absolutos, o gasto ali registrado só
supere o do Norte.
A diretoria de engenharia da
Eletrobrás informou, por meio da
assessoria de imprensa da companhia, que esse crescimento se
deve à agroindústria que tem se
instalado na região, desde beneficiamento dos grãos até máquinas
e silos, a reboque da grande produção agrícola do local -notadamente de soja, mas também de
outras culturas.
Em compensação, a indústria
da região Sudeste, que concentra
mais da metade da produção nacional, gastou 1,8% a menos de
eletricidade no ano passado do
que no anterior.
Entretanto, a julgar pelo dado
de dezembro isoladamente, existe
mesmo uma expansão da produção em curso, conforme alardeiam as principais lideranças governamentais. No último mês do
ano passado, o consumo de energia da categoria industrial cresceu
4,9% em relação ao mesmo período de 2002 em todo o país, com
aumento em todas as regiões.
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