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TELEFONIA
Segundo Eunício Oliveira (Comunicações), operadora informou que sua controladora, a MCI, poderia desistir do negócio
Venda da Embratel pode não sair, diz ministro
ELAINE COTTA
DA FOLHA ONLINE
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A MCI, controladora da Embratel, poderá desistir da venda da
operadora brasileira, segundo o
ministro das Comunicações, Eunício Oliveira. Ele disse ontem em
São Paulo que a própria Embratel
teria avisado sobre a possibilidade
de a venda não ser concluída.
"O presidente [da Embratel,
Jorge Rodriguez] disse até que a
MCI poderia desistir da venda",
disse o ministro em visita à Telexpo, evento de tecnologia da informação e telecomunicações.
Oliveira afirmou ainda que tem
conversado sobre o tema com a
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e com a própria
empresa no Brasil, mas que, até o
momento, "não existe um fato
concreto [sobre a venda]".
A assessoria de imprensa da
Embratel informou que, de fato,
Rodriguez chegou a falar com o
ministro sobre a possibilidade de
a empresa não ser vendida. Isso
porque, em novembro de 2003, a
própria MCI, ao anunciar oficialmente a intenção de vender sua
participação na Embratel, disse
que não poderia garantir que o
negócio se concretizasse, como é
de praxe nesses casos.
A empresa norte-americana
afirmou na época que ainda não
havia identificado um comprador
e que, além disso, qualquer decisão dependia da aprovação de sua
diretoria e, possivelmente, de
agências regulatórias e de terceiras partes envolvidas.
No entanto, ainda segundo a assessoria no Brasil, Rodriguez disse ao ministro que, apesar dessa
hipótese, o processo de venda seguia normalmente e que a intenção da MCI de vender a Embratel
também se mantinha de pé.
Nos EUA, a diretora de comunicação corporativa da MCI para a
América Latina, Regla Perez Pino,
não comentou as declarações. "A
nossa posição ainda é a mesma."
A assessoria da MCI nos EUA
também disse que a nota sobre a
intenção de vender a Embratel,
distribuída aos investidores e à
imprensa em novembro passado,
continua em vigor. Na época, o vice-presidente-executivo Jonathan
Crane argumentou que a venda
seria benéfica para ambas.
No entanto a venda da Embratel
também faz parte do acordo de
reestruturação estabelecido entre
a empresa e a Justiça norte-americana. Em 2002, a companhia entrou com um pedido de falência
voluntariamente. A medida foi
tomada após o surgimento de um
escândalo de fraudes contábeis no
valor de US$ 11 bilhões.
Já o presidente da Anatel, Pedro
Jaime Ziller, disse que "não há fato novo. Quando a Anatel tiver de
se pronunciar sobre esse assunto,
o fará por meios oficiais".
Analistas dizem que a venda da
Embratel poderá render até US$
400 milhões à MCI. No final de
2003, foram entregues três propostas para a compra: a de um
consórcio formado pelas três
maiores companhias de telefonia
fixa do país (Telemar, Telefônica e
Brasil Telecom), a da Telos (fundo
de pensão dos funcionários da
Embratel) e a do grupo mexicano
Telmex, que no Brasil já controla
a Claro, de telefonia celular.
Procuradas pela Folha, as empresas interessadas na compra da
Embratel não se manifestaram.
Com Cíntia Cardoso, de Nova York
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