São Paulo, quinta-feira, 03 de março de 2005

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Recursos de acordo com o FMI irão para estradas

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A maior parte dos recursos garantidos pelo projeto-piloto de investimentos negociado com o FMI (Fundo Monetário Internacional) vai para o Ministério dos Transportes, sobretudo para recuperação e conclusão de estradas. Segundo o Tesouro, após cinco anos de investimentos na malha rodoviária, a economia anual seria de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões ao ano.
O objetivo do governo é assegurar que pelo menos 60% das rodovias federais sejam classificadas como em boas condições até 2008, contra 16,1% hoje. A meta de redução dos trechos classificados como ruim é mais ambiciosa: de 47,8% para 1% em três anos.
Para 2005, o projeto-piloto prevê R$ 2,8 bilhões para empreendimentos em infra-estrutura. Só o Ministério dos Transportes levará R$ 2,161 bilhões desse valor. Incluídos os gastos previstos na proposta orçamentária enviada ao Congresso, o total de investimentos em infra-estrutura neste ano, somando todos os ministérios, chegaria a R$ 4,365 bilhões.
Ao todo, são 16 rodovias que serão restauradas, num total de 5.433 km. Desses trechos, cinco serão preparados a partir deste ano para ir a leilão e serem explorados pela iniciativa privada.
Para 2005 e 2006, os investimentos previstos só no projeto-piloto para todas as áreas são de R$ 3,633 bilhões e R$ 3,609 bilhões. Quando anunciou que o FMI havia aprovado o programa, o Tesouro informou investimentos de US$ 1 bilhão por ano, pelos próximos três anos, o que daria anualmente R$ 2,8 bilhões pela cotação do dólar na ocasião do acerto.
Segundo o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, o fato de haver previsão maior para os próximos dois anos não significa projeção do câmbio a R$ 3,6. Disse que era apenas uma taxa indicativa.
Pelo projeto-piloto, o governo fará neste e nos próximos dois anos esforço fiscal menor para poder acomodar os investimentos acertados com o Fundo em infra-estrutura. Assim, a economia para o pagamento de juros (superávit primário) cairá, na prática, de 4,25% do PIB para 4,10%.


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