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Bolsa avança 4,2% e atinge maior nível em seis meses
Investidores se animam com decisões do G20 e mudanças contábeis nos EUA
Dólar recua 1,97%, para
R$ 2,23, menor cotação
desde janeiro; fluxo de
estrangeiros na Bovespa em
março é o maior em 11 meses
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma confluência de notícias
animou os investidores e impulsionou os mercados mundiais. Para a Bovespa, o resultado foi uma valorização de
4,19%, o que a conduziu aos
43.736 pontos -o melhor patamar em seis meses. O dólar terminou no menor valor desde
janeiro, vendido a R$ 2,235,
com recuo de 1,97%.
Apesar do ganho elevado, a
Bovespa não liderou as altas
pelo mundo. Entre as maiores
Bolsas, destaque para Frankfurt (6,07%), Paris (5,37%) e
Tóquio (4,40%). Em Nova
York, a alta foi de 2,79%.
Os investidores aprovaram
as decisões tomadas no encontro dos líderes do G20, em que
foi anunciado pacote de US$ 1,1
trilhão para estimular a economia mundial, e discutiu-se a
necessidade de uma regulamentação financeira internacional mais rígida.
Outro fator de destaque para
o ânimo dos mercados foi a
apresentação das novas regras
contábeis dos Estados Unidos,
que irá melhorar os balanços de
empresas -especialmente as
financeiras-, que muito sofreram com a depreciação de ativos devido à crise.
Na Europa, o BCE (Banco
Central Europeu) reduziu os
juros de 1,5% para 1,25%
anuais. Apesar de a redução ter
sido menor que a esperada, o
presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, deixou em aberto a
possibilidade de novos cortes.
"As notícias foram relevantes
e trouxeram empolgação ao
mercado, mas não permitem
reverter o cenário de médio
prazo. Ainda é cedo para começar a trabalhar com um cenário
de recuperação contínua dos
preços. Ao menos nos próximos três meses ainda teremos
o mercado oscilando bastante",
diz Roberto Padovani, estrategista-chefe do banco WestLB.
Padovani lembra que o pacote de socorro ao setor bancário
norte-americano, anunciado
na semana passada, ainda tem
de entrar em ação para que seu
alcance e efeito sejam avaliados. "Temos de avaliar ainda
como vai funcionar o fundo de
[Timothy] Geithner [secretário
do Tesouro dos EUA]."
A diminuição da aversão ao
risco nas últimas semanas tem
sido bastante favorável ao mercado acionário brasileiro. A Bovespa, que ontem atingiu seu
mais alto patamar desde 3 de
outubro passado, já acumula
valorização de 16,47% no ano.
O cenário menos tenso resultou no retorno de capital externo para a Bolsa brasileira. Segundo operadores, ontem os
estrangeiros voltaram a se destacar na ponta de compras na
Bolsa, o que deu alento aos papéis das maiores companhias
nacionais: Petrobras ON saltou
4,91, e Vale PNA ganhou 6,09%.
Ontem a Bovespa apresentou
os dados das operações dos estrangeiros em março. O balanço mostrou saldo positivo de
R$ 1,44 bilhão, melhor resultado desde abril de 2008.
Além da alta, o pregão foi de
muita negociação. Os R$ 5,89
bilhões movimentados no dia
representaram o mais alto giro
financeiro do ano.
Na lista das ações mais negociadas no pregão, apareceu Itaú
Unibanco PN (que estrearam
nesta semana). O papel girou
R$ 252 milhões e encerrou com
valorização de 4,79%.
No topo das apreciações do
índice Ibovespa, ficaram papéis
de diferentes segmentos: JBS
ON subiu 9,34%, seguido por
Lojas Renner ON (9,32%) e
Cyrela Realt ON (9,29%).
Entre as ações que não estão
no Ibovespa, destacou-se o papel ON da MMX Mineração,
que subiu 22,16%. Os ganhos
foram alimentados por rumores de que a empresa teria interessados em comprá-la.
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