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Para analistas, ação do BC deve ser indireta
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
Os analistas de mercado
esperam que os próximos
movimentos do Banco Central colaborem para que a
cotação do dólar suba, mas
não por meio de uma intervenção direta.
Ou seja, espera-se que a
autoridade monetária faça
operações que causem impacto no valor da moeda
americana, mas não que o
BC compre diretamente dólares do mercado.
Segundo analistas, a principal expectativa é que a entidade passe nos próximos
meses a não rolar mais integralmente os títulos da dívida pública em dólares. A recompra desses papéis faz
com que aumente o volume
de reais no mercado, o que
favorece a alta do dólar.
Além disso, como esses títulos são resgatados pelo valor da Ptax (taxa média do
dólar medida diariamente
pelo BC) do dia anterior ao
vencimento, os detentores
desses títulos, ou seja, os
bancos, tendem a diminuir o
volume de dólares ofertado
no mercado para forçar a cotação a subir.
Para os analistas, é consenso entre os investidores e
economistas que uma das
maiores vulnerabilidades do
país é que grande parte da
dívida pública está atrelada
ao dólar. Assim, o governo
tem forte interesse em diminuir essa dívida. "Uma lição
importante que aprendemos
é que o Brasil precisa e deve
diminuir a sua dívida cambial", disse Alexandre Bassoli, economista-chefe do
HSBC Investment Bank.
Como a desvalorização do
dólar faz essa dívida se tornar, em reais, menor, é de interesse do BC aproveitar a
atual cotação do dólar para
recomprar esses títulos.
Além disso, os analistas citam que o governo, com essa
medida, poderia melhorar
ainda mais o risco-país e fazer com que o dólar operasse
de forma mais estável, o que
influenciaria positivamente
as operações de exportação.
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