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São Paulo, sábado, 03 de maio de 2003

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Para analistas, ação do BC deve ser indireta

GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

Os analistas de mercado esperam que os próximos movimentos do Banco Central colaborem para que a cotação do dólar suba, mas não por meio de uma intervenção direta.
Ou seja, espera-se que a autoridade monetária faça operações que causem impacto no valor da moeda americana, mas não que o BC compre diretamente dólares do mercado.
Segundo analistas, a principal expectativa é que a entidade passe nos próximos meses a não rolar mais integralmente os títulos da dívida pública em dólares. A recompra desses papéis faz com que aumente o volume de reais no mercado, o que favorece a alta do dólar.
Além disso, como esses títulos são resgatados pelo valor da Ptax (taxa média do dólar medida diariamente pelo BC) do dia anterior ao vencimento, os detentores desses títulos, ou seja, os bancos, tendem a diminuir o volume de dólares ofertado no mercado para forçar a cotação a subir.
Para os analistas, é consenso entre os investidores e economistas que uma das maiores vulnerabilidades do país é que grande parte da dívida pública está atrelada ao dólar. Assim, o governo tem forte interesse em diminuir essa dívida. "Uma lição importante que aprendemos é que o Brasil precisa e deve diminuir a sua dívida cambial", disse Alexandre Bassoli, economista-chefe do HSBC Investment Bank.
Como a desvalorização do dólar faz essa dívida se tornar, em reais, menor, é de interesse do BC aproveitar a atual cotação do dólar para recomprar esses títulos. Além disso, os analistas citam que o governo, com essa medida, poderia melhorar ainda mais o risco-país e fazer com que o dólar operasse de forma mais estável, o que influenciaria positivamente as operações de exportação.



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