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São Paulo, sábado, 03 de maio de 2003

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Palocci também descarta intervenção

DA FOLHA RIBEIRÃO

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, reafirmou ontem que o governo não vai intervir no câmbio e que as declarações de anteontem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a cotação do dólar foram mal interpretadas.
"O presidente falou que na verdade o governo não vai operar para o dólar cair ou subir. Ele fez uma brincadeira em relação ao salário mínimo. Ele disse que o salário mínimo, conforme as coisas caminharem, pode chegar ao objetivo de US$ 100. Mas ele quis corrigir, após isso, para que não ficasse a impressão de que o governo trabalha para levar o dólar a um valor menor", afirmou.
Ontem, o presidente disse que o governo não vai "meter a mão na questão do dólar". Palocci disse que o governo trabalha com um conjunto de medidas para que a balança comercial brasileira não sofra um retrocesso, mas afirmou que entre essas medidas não está o controle do câmbio.
"É preciso trabalhar um conjunto de medidas e situações que permitam que a nossa balança comercial, que tem evoluído extraordinariamente, não volte atrás, e nós vamos fazer isso com uma pauta extensa que estamos trabalhando nesse momento, que envolve medidas de produtividade, expansão de crédito e a ampliação de pauta de exportações", afirmou o ministro da Fazenda.
Palocci disse que não há um patamar ideal para a cotação cambial. "Em todos os patamares de câmbio você tem efeitos positivos e negativos. Quando você tem uma queda como agora, ela tem efeitos positivos no controle inflacionário, mas é evidente que, se o câmbio for a níveis muito baixos, há outros efeitos também."
De acordo com ele, o governo não estabelecerá uma meta, mas tentará conseguir que os indicadores econômicos do país melhorem porque isso vai fazer que "o câmbio se acomode em valores razoáveis, tanto do ponto de vista da renda do trabalhador como do ponto de vista do controle inflacionário, quanto do ponto de vista das exportações".
Palocci criticou o que ele chamou de "política cambial artificialmente fixada". "Outros países foram à ruína por causa de fixação artificial do câmbio. O que nós acreditamos é que o câmbio está caindo porque as coisas melhoraram, ele estava muito sobrevalorizado", afirmou o ministro.



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