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Palocci também descarta intervenção
DA FOLHA RIBEIRÃO
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, reafirmou ontem que o governo não vai intervir no câmbio e que as declarações de anteontem do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva sobre a
cotação do dólar foram mal interpretadas.
"O presidente falou que na verdade o governo não vai operar para o dólar cair ou subir. Ele fez
uma brincadeira em relação ao
salário mínimo. Ele disse que o salário mínimo, conforme as coisas
caminharem, pode chegar ao objetivo de US$ 100. Mas ele quis
corrigir, após isso, para que não
ficasse a impressão de que o governo trabalha para levar o dólar a
um valor menor", afirmou.
Ontem, o presidente disse que o
governo não vai "meter a mão na
questão do dólar". Palocci disse
que o governo trabalha com um
conjunto de medidas para que a
balança comercial brasileira não
sofra um retrocesso, mas afirmou
que entre essas medidas não está
o controle do câmbio.
"É preciso trabalhar um conjunto de medidas e situações que
permitam que a nossa balança comercial, que tem evoluído extraordinariamente, não volte
atrás, e nós vamos fazer isso com
uma pauta extensa que estamos
trabalhando nesse momento, que
envolve medidas de produtividade, expansão de crédito e a ampliação de pauta de exportações",
afirmou o ministro da Fazenda.
Palocci disse que não há um patamar ideal para a cotação cambial. "Em todos os patamares de
câmbio você tem efeitos positivos
e negativos. Quando você tem
uma queda como agora, ela tem
efeitos positivos no controle inflacionário, mas é evidente que, se o
câmbio for a níveis muito baixos,
há outros efeitos também."
De acordo com ele, o governo
não estabelecerá uma meta, mas
tentará conseguir que os indicadores econômicos do país melhorem porque isso vai fazer que "o
câmbio se acomode em valores
razoáveis, tanto do ponto de vista
da renda do trabalhador como do
ponto de vista do controle inflacionário, quanto do ponto de vista das exportações".
Palocci criticou o que ele chamou de "política cambial artificialmente fixada". "Outros países
foram à ruína por causa de fixação artificial do câmbio. O que
nós acreditamos é que o câmbio
está caindo porque as coisas melhoraram, ele estava muito sobrevalorizado", afirmou o ministro.
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