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BOLSA
Após valorização de 96,5% no ano passado, Bovespa caiu 11,45% em abril; analistas alertam para o alto risco da aplicação hoje
Líderes em 2003, ações começam a balançar
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de ser a estrela de 2003, o
mercado acionário entrou em um
momento difícil, marcado por
fortes perdas. Para o investidor,
fica a lição de que aplicar em
ações é sempre arriscado.
Nos primeiros 15 meses do governo Lula, diferentes fundos de
ações deram rentabilidade bastante alta, acima dos 100%. Neste
período, a Bovespa acumulou valorização de 96,5%. Em abril, a
Bolsa entrou em uma má fase: a
queda no mês ficou em 11,45%.
Não existe uma regra para lucrar na Bolsa de Valores de São
Paulo. Dentre as aplicações em
ações que deram os melhores retornos acumulados entre janeiro
de 2003 e março de 2004, há fundos setoriais (que aplicam apenas
em um setor), fundos que apostam em ações de segunda linha e
outros que investem também no
mercado futuro.
Agora, com a Bolsa no vermelho, analistas financeiros afirmam
ser ainda mais difícil aconselhar o
melhor caminho para ganhar no
mercado de ações.
"É difícil dizer se a correção da
Bolsa já acabou, se o mercado vai
parar de cair. Recomendo cautela
para os investidores, tanto para
quem está em um fundo de ações
como para quem quer entrar no
mercado, neste momento", afirma Jacopo Valentino, diretor de
renda variável do BNP Paribas
Asset Management.
Leonardo Rufino, gestor de renda variável do Opportunity Asset
Management, afirma que a ação
pertencer ao Ibovespa não é um
requisito fundamental para interessar à carteira. O Ibovespa é o
principal índice da Bolsa paulista
e acompanha o sobe-e-desce das
54 ações mais negociadas.
"Se o papel tiver liqüidez e uma
boa perspectiva, nós o compramos para o fundo", afirma Rufino. Um dos fundos de destaque
no período foi o Opportunity Lógica II FIA, que subiu 145,7% nos
15 meses analisados.
No caso do BankBoston Asset
Management, dois fundos setoriais foram destaque. O Boston
Energy aplica em ações de energia
elétrica, petroquímica, petróleo e
gás. "Para esse fundo ter um bom
desempenho, contamos com um
grupo de especialistas setoriais. A
especialização da gestão é fundamental nesse caso", diz Charles
Ferraz, sócio-gerente do BankBoston Asset Management.
Riscos
Quem viu a Bovespa subir 97%
em 2003 logo pode ter sido tentado a entrar no mercado acionário.
Afinal, aplicações mais populares
renderam muito menos. Os fundos DI (que acompanham as oscilações das taxas de juros) deram
rendimento médio de 23% no ano
passado. A caderneta de poupança rendeu apenas 11,1% em 2003.
O investidor que aplicou R$
5.000 no último dia de 2002 em
uma carteira teórica igual ao Ibovespa chegou ao fim de 2003 com
R$ 9.850. Já quem aplicou os mesmos R$ 5.000 no último dia de
2003 estava com apenas R$
4.407,50 na sexta-feira passada.
O gestor de renda variável do
Unibanco Asset Management,
Anand Kishore, diz que a Bovespa
oscila muito. "O Ibovespa oscila
bastante, algo em torno de 2,5%
no dia. Isso favorece operações de
"day trade" [compra e venda de
uma ação no mesmo dia]. Aproveitamos as oscilações da Bolsa
para buscar oportunidades de ganho", afirma Kishore.
Um dos destaques da instituição no período, o Unibanco Timing, que registrou ganho de
110,1%, também busca possibilidades de ganhos no mercado futuro, aplicando em contratos do
Ibovespa na BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros).
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