DE BUENOS AIRES

A legalidade da candidatura do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999) representa hoje a maior dúvida para as próximas eleições argentinas, que tem como líder das pesquisas a deputada de oposição, Elisa Carrió.
Menem garantiu ontem, durante comemoração de seu aniversário de 72 anos, que participará da próxima eleição e "voltará à Casa Rosada" (sede do governo federal) em 2003.
A Constituição argentina, porém, prevê que um ex-presidente deve esperar quatro anos para se candidatar novamente. No caso de Menem, esse período só terminaria em dezembro de 2003.
Mesmo assim, lideranças ligadas ao ex-presidente acreditam que há brechas na Constituição que permitirão a candidatura de Menem sem a necessidade de uma reforma legislativa.
Mesmo nesse caso, Menem ainda precisaria inverter um cenário político amplamente desfavorável. Apesar de ter crescido nas últimas semanas, o ex-presidente aparece apenas em quarto lugar nas pesquisas, com 9,7% das intenções de voto.
A liderança nos últimos levantamentos tem sido mantida pela deputada de oposição Elisa Carrió. Filiada ao partido denominado ARI (Argentina por uma República de Iguais), a deputada tem 17,1% das intenções de voto e ganhou popularidade nos últimos meses ao denunciar supostas fraudes e atos de corrupção envolvendo governo e bancos.
Em segundo lugar nas pesquisas e em primeiro entre os candidatos do Partido Justicialista (peronista, do presidente Eduardo Duhalde) vem o ex-presidente Adolfo Rodríguez Saá, que esteve no cargo apenas durante a última semana de dezembro, em substituição a Fernando de la Rúa.
Sem grande poder dentro do partido, a popularidade de Rodríguez Saá foi construída basicamente por dois fatores: a decretação da moratória da dívida externa no primeiro dia de seu curto mandato como presidente e a postura crítica que adotou em relação ao governo de Duhalde.
Outro candidato peronista que aparece com grandes chances de vencer as próximas eleições é o ex-piloto de F-1 e governador da Província de Santa Fé, Carlos Reutemann, que está em terceiro lugar nas pesquisas, com 12,1% das intenções de voto. (JS)


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