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REAJUSTE
Empresas de telefonia fixa e governo farão reunião, na segunda-feira, para definir cobrança de tarifa após decisão do STJ
Ministério vai negociar aumento com as teles
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O ministro Eunício Oliveira
(Comunicações) disse ontem que
marcou para a próxima segunda-feira uma reunião, em Brasília,
com as empresas de telefonia fixa,
para negociar uma possível redução no valor residual que resultou
da troca dos índices usados no
reajuste das tarifas e que, se aplicado agora e de uma só vez, pode
elevar as contas em até 17%.
Segundo decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o índice
a ser usado para a correção deve
ser o IGP-DI, não o IPCA (que havia sido aplicado no ano passado
por uma liminar). Na época, o governo entrou na Justiça pedindo a
mudança dos índices porque o
IGP-DI (Índice Geral de Preços
-Disponibilidade Interna), que
consta em contrato, havia sido
maior que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Pela decisão da Justiça, as empresas de telefonia fixa têm o direito de aplicar já o reajuste, incluindo a diferença entre os índices, de cerca de 10%, inclusive sobre as cobranças do ano passado.
Oliveira, porém, afirmou que já
negociou com as empresas a não-cobrança retroativa. Falta definir
como será feita a cobrança da diferença entre os índices daqui para a frente. O reajuste total repassado para o consumir, somados o
índice do IGP-DI, de 6,89%, e o
resíduo, de cerca de 10%, pode
chegar a 17%. Segundo Oliveira,
na reunião de segunda-feira, será
negociado o adiamento da cobrança desse resíduo, para não incidir sobre as contas deste mês, e
uma possível redução desse valor.
"Não vamos fazer nenhum tipo
de bravata, pois o governo prima
por não quebrar contratos. Mas
nós temos que preservar também
a questão do consumidor. Vamos
encontrar uma saída negociada."
Oliveira também afirmou que,
para a assinatura de novos contratos com as empresas de telefonia o governo estuda a criação de
um índice setorial que esteja mais
imune aos ânimos do mercado.
Miro Teixeira
O ex-ministro das Comunicações e deputado federal Miro Teixeira (PPS-RJ) disse que, mesmo
pagando reajuste adicional, o
consumidor "ganhou" com a decisão do STJ porque não pagará
retroativamente o reajuste.
Miro, que na época era ministro, estimulou o Ministério Público a entrar na Justiça contra o reajuste baseado no IGP-DI. Ele defendia o fim da indexação das tarifas. Questionado se não teria sido voluntarista ao estimular a
ação, disse que "seria voluntarismo se fosse um ato unilateral". "Ir
ao Judiciário, até para mudar uma
cláusula contratual, só quer dizer
que o país tem ordem jurídica."
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