AFRA BALAZINA
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

A multinacional Cargill anunciou ontem a venda das suas operações de sucos para as brasileiras Citrosuco e Cutrale, em transações separadas, cujos valores não foram divulgados.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, em 2003, as três empresas ficaram entre as 40 maiores exportadoras do país. Com sede nos EUA, a Cargill, que ficou em sexto no ranking, não trabalha só com suco de laranja. Atua como fornecedora de alimentos e produtos agrícolas e exportou US$ 1,1 bilhão em 2003. A Cutrale ficou com a 24ª posição, com exportação de US$ 424 milhões. A Citrosuco, com a 32ª, exportou US$ 331 milhões.
A Citrosuco, divisão da Fischer S.A., adquiriu da Cargill uma fábrica de sucos em Bebedouro, duas fazendas de cultura de laranja, em Comendador Gomes (MG) e Cajobi, e um depósito em Limeira. A Cutrale comprou uma fábrica em Uchôa e duas fazendas em Minas Gerais.
Segundo o diretor da Cutrale Marcos Moraes, a aquisição irá aumentar a capacidade de exportação da empresa.
De acordo com o diretor-executivo comercial da Fischer, Maurílio Lobo, a aquisição foi estratégica. "Já tínhamos uma fábrica na parte sul de São Paulo, em Limeira, e na parte central, em Matão. Agora, temos também uma fábrica na área norte, em Bebedouro."
Segundo Lobo, a empresa detém 35% do mercado nacional de suco de laranja -as outras duas companhias não revelaram a sua participação no mercado.
O negócio precisa ser aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Para a Associação Brasileira dos Citricultores, o acordo é preocupante. Além de concentrar ainda mais a indústria de suco de laranja, o temor é que algumas unidades adquiridas pela Citrosuco e pela Cutrale sejam fechadas.


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