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São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2003
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Boi passa de R$ 60 A arroba de boi gordo chegou a R$ 60,50 no Estado e São Paulo ontem, conforme cotações da FNP Consultoria & Agroinformativos. "Essa alta não causa surpresa", diz José Vicente Ferraz, da FNP. Ela é, na verdade, uma correção dos preços de 2002, diz. Vem mais Ferraz diz que os preços devem atingir R$ 62 neste mês, subir para R$ 64 em outubro e atingir R$ 65 em novembro. No ano passado, na primeira semana de novembro a arroba custava R$ 60. O produto só não sobe mais porque existe um freio: a população está empobrecida e desempregada, diz ele. Mercado externo As exportações de carne deverão atingir 1,25 milhão de toneladas neste ano, com receitas de US$ 1,4 bilhão a US$ 1,5 bilhão. Em 2002, as receitas somaram US$ 1,1 bilhão. A alta ocorre porque o Brasil não só conseguiu manter os antigos como abriu novos mercados. Novos mercados Entre os novos importadores, Ferraz cita russos e árabes. Já na Europa, passado o susto da vaca louca, os europeus consomem mais carne, mas os estoques estratégicos estão baixos, abrindo espaço para o Brasil. Os brasileiros foram favorecidos, ainda, pela seca e pela valorização da moeda da Austrália, que reduziu a participação do país no mercado externo. Na geladeira Alguns países, como os Estados Unidos, afrouxaram as barreiras contra as importações de carne do Canadá, país que teve um caso de vaca louca em maio passado. Para o Brasil, o país continua na faixa de risco. No amor e na guerra O "Financial Times", comentando o caso do bioterrorismo provocado por um agente do Usda na Bahia, diz que a questão tem tudo a ver com a disputa pela liderança mundial nas exportações de soja, que está passando dos norte-americanos para os brasileiros. No amor e na guerra, vale tudo, diz o jornal. Chuva derruba preços As chuvas do final de semana nas regiões produtoras de soja nos Estados Unidos derrubaram os preços em 2,7% na Bolsa de Chicago. As chuvas impedem estrago maior, mas não reparam os já provocados pela seca, diz um analista. "É cedo para uma avaliação." Isca O trigo vem subindo aos poucos. Um analista de mercado diz, no entanto, que o produtor deve ficar atento e vender parte da produção agora que os preços da saca estão entre R$ 26 e R$ 27. Quando a safra avançar mais, a saca deverá recuar para valores próximos aos do preço mínimo de R$ 24, diz ele. Colheita devagar O inverno chuvoso fez o milho retardar o ciclo normal da produção. Com isso, a oferta é menor e segura os preços internos. Além disso, os produtores estão mais capitalizados e diminuem as ofertas do produto no mercado. Suínos em alta A arroba de carne suína chegou ontem a R$ 39, conforme pesquisa da Folha em frigoríficos do Estado de São Paulo. Em média, os preços de ontem superam em 3,4% os da semana passada. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Bolsa tem maior nível em mais de 2 anos Próximo Texto: Grãos: EUA culpam má coordenação no caso da soja Índice |
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