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TELES
Inquérito investiga terceirização de serviços; contratação foi correta, diz empresa
CVM multa executivos da Telefônica
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O vice-presidente de operações
da Telefônica SP, Stael Prata Silva
Filho, e três ex-diretores da empresa foram condenados ontem
no inquérito administrativo da
CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que investigou a terceirização dos serviços de atendimento a assinantes, ocorrida em
1999.
Eles foram multados em R$ 75
mil, cada um, por terem assinado
o contrato de terceirização sem
aprovação prévia de assembléia
geral de acionistas, como determina o estatuto da Telefônica SP.
Os quatro ainda podem recorrer
da punição. Os recursos são analisados pela própria CVM.
Silva Filho e os ex-diretores estavam indiciados com 14 importantes executivos do grupo Telefônica -no Brasil e na Espanha- e do grupo Portugal Telecom, mas só eles foram punidos.
Entre os inocentados estão Juan
Villalonga, ex-presidente mundial do grupo Telefónica, e Miguel
Horta e Costa, presidente da Portugal Telecom, que tem sede em
Lisboa.
Os outros punidos são Ivan
Campagnolli (hoje, na diretoria
da Embratel) e os espanhóis Juan
Revilla Vergara (atual diretor da
Telefónica del Peru) e Manuel
Garcia Garcia, que deixou o grupo
Telefônica em 2001.
Outro lado
Em nota divulgada ontem à noite, a Telefônica SP informou que a
decisão da CVM ratifica que a
contratação da Atento foi correta.
Segundo a Telefônica, a penalidade aplicada refere-se a uma formalidade, e a empresa vai analisar
a possibilidade de recurso.
Conflito de interesses
A investigação da CVM durou
quatro anos. Foi aberta em 1999 a
pedido da BNDESPar (BNDES
Participações), subsidiária do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que é acionista minoritária
da antiga estatal Telesp, atual Telefônica SP.
A ex-estatal foi privatizada em
julho de 1998, quando seu controle passou para o grupo Telefónica
de España, em sociedade com a
Portugal Telecom.
Nove meses depois da privatização, a Telesp contratou a Atento,
subsidiária da Telefónica de España, para prestar os serviços 102
(auxílio à lista), 103 (reclamação
de defeitos) e 104 (pedidos de instalação de linha e outras informações aos usuários).
Em poucos meses, a Atento se
tornou a maior empresa de telemarketing do Brasil.
O inquérito foi aberto para investigar se houve abuso de poder
por parte do acionista controlador (Telefónica de España), se os
acionistas minoritários foram
prejudicados pelo contrato e se os
diretores e membros do conselho
de administração da Telefônica
SP violaram as cláusulas do estatuto da empresa que obrigam a
realização de assembléia para
aprovar assuntos que envolvam
conflito de interesses entre acionistas.
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