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FISCALIZAÇÃO
Partido poderá indicar só dois diretores à CVM
DA SUCURSAL DO RIO
Depois do flerte com a Bolsa de
Valores durante a campanha, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá pouco espaço para colocar
nomes petistas na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o órgão responsável pela regulamentação e fiscalização do mercado
de capitais.
Lula poderá indicar nomes para
apenas duas das cinco vagas do
primeiro escalão da CVM, já que
as demais estão ocupadas por
profissionais indicados pelo governo anterior e com mandatos
fixos, conforme previsto na nova
Lei das Sociedades Anônimas.
Aprovada em outubro de 2001, a
lei impôs também a sabatina no
Senado para os indicados aos cargos.
O governo anterior teve tempo
de aprovar três nomes. O presidente Luiz Leonardo Cantidiano
e o diretor Wladimir Castelo
Branco foram sabatinados pela
Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, assegurando mandatos de quatro anos cada um, até
2006.
Já a diretora Norma Jonssen Parente também foi aprovada na sabatina para um mandato de três
anos. O primeiro escalão é indicado e nomeado pelo presidente da
República após aprovados pelos
senadores.
Cantidiano, reconhecido por
sua experiência na área de direito
societário, desligou-se do escritório Motta Fernandes Rocha Advogados para assumir a presidência da CVM. Foi indicado por
FHC para substituir José Luiz
Osório.
Cantidiano é 15º presidente em
25 anos de história da CVM, mas
o primeiro com mandato fixo.
Formado em direito pela antiga
Universidade do Estado da Guanabara, Cantidiano foi diretor da
CVM de março de 1990 a fevereiro do ano seguinte. Com a nova
legislação, a CVM adquiriu uma
estrutura semelhante à das agências reguladoras.
Parente já era diretora na gestão
anterior e foi mantida no cargo,
assim como Castelo Branco, funcionário de carreira da CVM.
Restam, portanto, duas diretorias para abrigar nomes do PT,
sendo que uma está ocupada por
Luiz Antonio Sampaio Campos,
que não passou pela sabatina e
deve deixar o cargo assim que o
outro nome for indicado.
A outra diretoria está vaga desde o primeiro semestre do ano
passado. Um dos novos diretores
terá mandato de um ano. O outro,
de dois anos.
Esse mecanismo foi criado para
permitir o rodízio de um diretor a
cada ano. Após a aprovação da
Lei das S/A, os diretores da CVM
ganharam mandatos fixos de
quatro anos.
Os primeiros diretores, porém,
terão mandatos escalonados para
possibilitar que a partir de 2004
possa ser iniciada a troca de um a
cada ano.
O PT terá que indicar ainda o
comando da Susep (Superintendência de Seguros Privados),
atualmente ocupada por Hélio
Portocarrero.
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