São Paulo, sábado, 04 de janeiro de 2003

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ESTATAL

Governo não tem política definida, mas voltará a decidir sobre aumentos

Petrobras perde autonomia para determinar reajustes

DA SUCURSAL DO RIO

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, disse ontem no Rio que a Petrobras não terá mais autonomia para determinar reajustes de derivados do petróleo.
"A política de preços é uma política do governo, não é da Petrobras", afirmou ela, na cerimônia de posse do novo presidente da estatal, José Eduardo Dutra.
Segundo a ministra, o aumento dos preços sempre foi uma questão relacionada ao Ministério de Minas e Energia, e voltará a ser. Em janeiro de 2002 a Petrobras ganhou autonomia para criar sua própria política de preços. Isso não deverá continuar.
Rousseff disse que o governo ainda não definiu qual será a política de reajustes de preços que adotará. Segundo ela, a política adotada seguirá os preços praticados no mercado internacional. O novo presidente da Petrobras afirmou que manterá o atual programa de investimentos da companhia, de US$ 32 bilhões nos próximos quatro anos.
Dutra anunciou que haverá mudanças na gestão da companhia. Disse que a princípio manterá a atual diretoria, mas que logo poderão ocorrer trocas. ""Conheci os diretores ontem [anteontem". Quero primeiro ter um contato maior com eles."
Para a ministra, o fato de algum diretor eventualmente ser mantido não significa uma continuidade na gestão da empresa. ""É uma nova diretoria que assume. O Brasil votou pela mudança, mas não é algo que tem que ser radical."
Ela disse que a Petrobras terá dupla função: de empresa pública que atende aos interesses da nação e de companhia privada que deve ser ""lucrativa e eficiente".
Ao comentar a possibilidade de a estatal ajudar a venezuelana PDVSA, Dutra afirmou que a decisão cabe a Lula, pois o pedido foi feito por Hugo Chavez, presidente da Venezuela.
Segundo Dutra, é prioritário investir no aumento da capacidade de refino com a construção de novas refinarias. A Petrobras estuda montar unidades no Rio e no Ceará e a compra de uma unidade já instalada nos EUA.
Dutra disse que estudará o processo de licitação das plataformas P-51 e P-52, mas que o objetivo é manter a maior parte das encomendas no Brasil. Durante a campanha, o PT criticou a possibilidade de as obras serem feitas em grande parte no exterior.


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