São Paulo, domingo, 04 de janeiro de 2004

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Frango ganha espaço no cardápio

DA REDAÇÃO

Toda vez que a carne bovina é colocada em xeque, cresce o consumo de frango. Essa opção é duplamente favorável ao Brasil.
Primeiro, porque o país deve aumentar a participação no mercado externo.
Segundo, porque a evolução do consumo de frango nos EUA deve empurrar para cima os custos do milho e do farelo de soja, principais componentes da ração.
A elevação dos preços desses produtos encarece também os custos de produção da carne bovina nos países que dependem de ração para alimentar o gado, o que não ocorre com o Brasil, diz José Vicente Ferraz, da FNP Consultoria & Agroinformativos.
Cláudio Martins, diretor-executivo da Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango), diz que o impacto negativo sobre a carne bovina transfere consumidores para o frango.
Isso deve ocorrer em vários países, inclusive no Japão, que ficou em uma encruzilhada devido à dependência da carne bovina dos EUA. Ao contrário do que ocorre com a carne bovina brasileira, que não é aceita no Japão, a de frango é importada pelos japoneses.
O frango brasileiro deverá ganhar mercado também na Coréia do Sul, outro país dependente da carne bovina dos EUA e que ainda não importa frango do Brasil. Martins diz que já está tudo acertado para o início das vendas dessa carne para os coreanos.
O Brasil abocanhou grandes fatias do mercado externo desde 1999, quando vários países tiveram problemas com sanidade animal. O crescimento anual está próximo de 20% há cinco anos, enquanto o mundial é de 4%.
Mesmo com a perspectiva de ampliação do mercado externo, é importante o produtor não ser tomado por grande euforia, diz Martins. Um aumento exagerado da produção vai desequilibrar o mercado e reduzir os preços.
O diretor da Abef diz que as barreiras sanitárias, que já são muitas, deverão aumentar. O Brasil, que exporta anualmente 2 milhões de toneladas, precisará buscar novos mercados. (MZ)


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