São Paulo, Sexta-feira, 04 de Fevereiro de 2000 |
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NEGÓCIO Vodafone AirTouch intensifica assédio à alemã Mannesmann; acordo pode chegar a US$ 191 bilhões Telefonia terá megafusão na Europa
das agências internacionais Após três meses de assédio, a anglo-americana Vodafone Air Touch estava ontem à noite prestes a vencer a resistência da alemã Mannesmann, que pode aceitar se unir à rival em um acordo avaliado em US$ 191 bilhões. Equivale a quase 35% do PIB brasileiro. Se for confirmada, será a maior fusão da história, superando a que foi anunciada pelas norte-americanas America Online, da Internet, e Time Warner, de telecomunicações, no mês passado. AOL e Time Warner se uniram em uma fusão de US$ 166 bilhões. Quando foi anunciada, a união AOL-Time Warner batia, por sua vez, a oferta que a Vodafone havia feito à própria Mannesmann no último Natal, de cerca de US$ 150 bilhões em valores de hoje. A Vodafone já é a maior companhia de telefonia celular do mundo e quer manter com o acordo o domínio do setor na Europa. No ranking de operadoras que também inclui as de telefonia fixa, é a terceira maior, atrás da AT&T e da Deutsche Telekom. Klaus Esser, que comanda a Mannesmann, deve deixar o cargo. É parte do acordo para a união das duas companhias. À frente do novo grupo, ficará Chris Gent, atual presidente da Vodafone. Gent vinha tentando assumir o controle da Mannesmann desde outubro. Para convencer a alemã, a Vodafone deve concordar em aumentar sua oferta e em ceder 49,5% da nova companhia para os controladores da Mannesmann, um dos impasses que ainda prevaleciam. Antes, a Vodafone queria oferecer participação menor, de 47,2%. O maior entrave para o acordo era mesmo a convicção de Klaus Esser de que a Mannesmann vai valer em pouco tempo muito mais do que a Vodafone estava querendo pagar por ela agora. Resistência O acordo ainda não havia sido anunciado até as 20h em Brasília. Mas desde o começo do dia o mercado financeiro europeu já dava como certa a fusão. Durante o dia, a Mannesmann resistia em admitir que havia finalmente cedido. No final da noite, Chris Gent viajou para a Alemanha para a reunião decisiva com o conselho de administração da empresa alemã. "É bom estar em Dusseldorf", disse ele, antes de se dirigir para a sede da Mannesmann. Gent vê na união com a gigante alemã a oportunidade de conseguir o domínio no setor de telecomunicações no mundo. Com a fusão entre Vodafone e Mannesmann, o futuro da Orange, outra operadora de telefonia celular britânica, fica incerto. A Orange havia sido adquirida em outubro pela Mannesmann, em uma iniciativa que supreendeu na época o mercado. A Vodafone já afirmou que pretende se desfazer da Orange para evitar problemas com as autoridades antitruste do Reino Unido. Internet Na segunda-feira, a Vodafone e o grupo francês Vivendi haviam anunciado o primeiro grande acordo europeu na área de telecomunicações e de Internet este ano. Os dois vão criar um portal na Internet que deverá ter um valor de cerca de US$ 10 bilhões. Analistas avaliam que a Vodafone, que já possui hoje cerca de 10% do setor de telefonia celular do mundo, será a maior na oferta de serviços de Internet por meio de telefonia móvel -tecnologia que está sendo considerada promissora. Estimativas indicam que haverá 1 bilhão de assinantes de telefonia celular em 2003, em comparação aos 427 milhões que existiam no final de 1999. Os dados são da International Data Corp., dos EUA. Em todo o mundo, esses usuários devem gerar US$ 520 bilhões em 2002, em comparação aos US$ 270 bilhões no ano passado, segundo a Herschel Shosteck Associates, também dos EUA. Texto Anterior: Painel S/A Próximo Texto: Alemães temem "ataque" estrangeiro Índice |
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