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Lojas são opções de lazer para os moradores
DA SUCURSAL DO RIO
Mais que um restaurante para
um almoço rápido na hora do trabalho, a loja de fast food nas áreas
carentes das grandes cidades é
uma opção de lazer.
"No dia dos namorados, muitos
casais da periferia vão comemorar no fast food", diz o presidente
do Bob's, Peter Van Voorst Vader.
"Antes a gente só ia ao trailer",
diz Michelle Júlia Silva, 16, enquanto toma seu sundae de morango, em companhia da sogra,
Mônica Eliete de Souza, às 16h de
uma quarta-feira de verão carioca
no Habib's da favela da Cidade de
Deus (Jacarepaguá, zona oeste do
Rio de Janeiro).
As duas moram em uma área da
favela que fica longe da loja, mas
garantem que vão ao fast food
com frequência.
"A gente anda bastante, mas
vem", afirma Michelle ("com dois
eles, por favor"). Ela garante também que a loja refrigerada não
atrapalha o negócio do trailer de
sanduíches da favela: "A gente vai
ao trailer também".
Geralmente localizadas em
bairros ou cidades dormitórios, as
lojas de fast food das áreas de baixa renda têm, por conta dessa característica, um fluxo de caixa diferente do das lojas centrais ou de
bairros mais ricos.
Na periferia, segundo dados das
principais redes do país, a maior
parte da receita vem nos finais de
semana, quando as famílias enchem as lojas para comer e se divertir.
Investimentos
As três grandes redes ouvidas
pela Folha -Bob's, McDonald's
e Habib's-, informaram ter intenção de fazer investimentos em
áreas de favelas e declararam não
ter preocupação com o problema
da segurança existentes nessas
áreas.
Segundo Filipe Vasconcelos, do
McDonald's, o maior problema
para abrir uma loja em favela é
conseguir imóveis em condições
de serem legalizados. Mesmo assim, ele promete não desistir:
"Afirmo que é um plano nosso estar em comunidades como a da
Rocinha nos próximos anos".
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