São Paulo, domingo, 04 de fevereiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lojas são opções de lazer para os moradores

DA SUCURSAL DO RIO
Mais que um restaurante para um almoço rápido na hora do trabalho, a loja de fast food nas áreas carentes das grandes cidades é uma opção de lazer.
"No dia dos namorados, muitos casais da periferia vão comemorar no fast food", diz o presidente do Bob's, Peter Van Voorst Vader.
"Antes a gente só ia ao trailer", diz Michelle Júlia Silva, 16, enquanto toma seu sundae de morango, em companhia da sogra, Mônica Eliete de Souza, às 16h de uma quarta-feira de verão carioca no Habib's da favela da Cidade de Deus (Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro).
As duas moram em uma área da favela que fica longe da loja, mas garantem que vão ao fast food com frequência.
"A gente anda bastante, mas vem", afirma Michelle ("com dois eles, por favor"). Ela garante também que a loja refrigerada não atrapalha o negócio do trailer de sanduíches da favela: "A gente vai ao trailer também".
Geralmente localizadas em bairros ou cidades dormitórios, as lojas de fast food das áreas de baixa renda têm, por conta dessa característica, um fluxo de caixa diferente do das lojas centrais ou de bairros mais ricos.
Na periferia, segundo dados das principais redes do país, a maior parte da receita vem nos finais de semana, quando as famílias enchem as lojas para comer e se divertir.

Investimentos
As três grandes redes ouvidas pela Folha -Bob's, McDonald's e Habib's-, informaram ter intenção de fazer investimentos em áreas de favelas e declararam não ter preocupação com o problema da segurança existentes nessas áreas.
Segundo Filipe Vasconcelos, do McDonald's, o maior problema para abrir uma loja em favela é conseguir imóveis em condições de serem legalizados. Mesmo assim, ele promete não desistir: "Afirmo que é um plano nosso estar em comunidades como a da Rocinha nos próximos anos".


Texto Anterior: Negócios: Redes de fast food descobrem a periferia
Próximo Texto: Trabalho: Oferta de empregos aumenta em 2000, mas sem reflexo no bolso
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.